O governador Eduardo Leite reuniu-se com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, para pedir prioridade na votação do PL 5.122/2023, que autoriza o uso de recursos do Fundo Social para refinanciar dívidas de produtores rurais atingidos por estiagens e enchentes. A medida é considerada essencial para dar suporte ao setor agropecuário do Rio Grande do Sul, que enfrenta anos consecutivos de perdas.

Durante o encontro, Leite destacou o impacto acumulado no campo e a necessidade urgente de uma solução estrutural que recupere a capacidade produtiva. Segundo ele, o projeto permitiria crédito com juros mais baixos e prazos maiores, oferecendo condições para que produtores continuem investindo e produzindo. Alcolumbre demonstrou sensibilidade ao tema.

O governador lembrou que o setor rural vive um ciclo prolongado de quebra de safras e endividamento crescente, levando à redução da produtividade e ao êxodo de famílias. Dados apresentados pelo governo apontam que, entre 2020 e 2025, o Estado perdeu 48,6 milhões de toneladas de grãos, equivalentes a R$ 126,3 bilhões em faturamento não realizado, valor superior à metade do PIB gaúcho.

Diante da urgência, Leite também discutiu alternativas caso a tramitação do PL avance lentamente, como ajustes na Medida Provisória 1.314/2025. Ele ressaltou que, na forma atual, a MP restringe o acesso aos recursos, deixando muitos produtores de fora. Para o governador, corrigir essas limitações é fundamental para destravar a economia rural.

Leite reforçou ainda que a utilização do Fundo Social não afeta o resultado primário da União, por se tratar de um ativo financeiro. Para o Rio Grande do Sul, considera a medida estratégica para reconstruir a capacidade produtiva e fortalecer a resiliência do campo diante das mudanças climáticas. “Não se trata de resolver apenas uma safra, mas de garantir o futuro da agricultura gaúcha”, concluiu.