Selic
Fecomércio destaca necessidade de ajuste fiscal

Niela Bittencourt - Taxa permanece em 15% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu na quarta-feira (18) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, nível que já vinha sendo adotado para controlar a inflação. A decisão era amplamente esperada pelo mercado financeiro, que vinha acompanhando a desaceleração da atividade econômica no país.
Para o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, a manutenção da taxa reflete a necessidade de cautela diante de fatores que ainda pressionam a economia. "Com as expectativas de inflação em queda, ainda que distantes da meta, o aperto monetário torna-se ainda mais intenso. Apesar da desaceleração da atividade econômica, o mercado de trabalho segue resiliente, com taxas de desocupação muito baixas, enquanto os efeitos das tarifas impostas pelos Estados Unidos aumentam a percepção de incerteza no cenário atual, reforçando a postura cautelosa do Banco Central", afirmou.
Bohn também destacou que a inflação, embora tenha registrado resultado negativo em agosto, ainda apresenta sinais de preocupação. "A abertura dos dados do IPCA mostra que os serviços continuam preocupando, e a queda decorreu essencialmente de fatores pontuais", explicou.
O presidente da Fecomércio-RS reforçou, ainda, a urgência de uma redução estrutural da taxa de juros no país. Segundo ele, para alcançar esse objetivo, o governo precisa construir condições fiscais sustentáveis por meio da racionalização e contenção dos gastos públicos. "O ajuste das contas via aumento de receitas, como tem sido a prática recorrente do governo atual, já se encontra esgotado e insustentável a médio prazo", acrescentou.
A manutenção da Selic elevada mantém o custo do crédito alto e impacta investimentos e consumo, mas, de acordo com especialistas, é considerada necessária para preservar a estabilidade econômica em meio a um cenário de incertezas internacionais e pressões inflacionárias internas.
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