Durante o Carrinho AGAS 2025, evento que contou com a presença do governador Eduardo Leite e de mais de 50 autoridades, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados, Lindonor Peruzzo Junior, levou ao palco uma série de reivindicações do setor ao poder público. Em seu discurso, ele destacou a preocupação dos supermercadistas com a concorrência considerada desleal por parte de farmácias, especialmente na venda de produtos que, segundo ele, extrapolam o segmento de saúde e bem-estar.

O empresário de Bagé questionou a segurança sanitária dessa prática, ao citar o descarte inadequado de resíduos e defender que cada segmento mantenha seu foco de atuação. Ele afirmou que supermercados devem comercializar os itens tradicionais do varejo alimentar, enquanto farmácias deveriam se limitar a produtos de saúde, higiene e bem-estar.

"Como fica o descarte do lixo de uma vacina misturado com carne, pilhas, batata, entre outros? Defendemos o que chamamos de ‘cada um no seu quadrado’, ou seja, que os supermercados vendam produtos que estão habituados e as farmácias sejam restritas à venda de produtos de saúde, higiene e bem-estar”, sugeriu o dirigente.

O presidente da AGAS também criticou a forma como algumas operações de fiscalização têm ocorrido no Estado. Segundo ele, há casos em que supermercados são tratados como “bandidos”, com uso excessivo de força policial e equipes numerosas revirando lojas. Peruzzo Junior pediu critérios mais claros e justos para aplicação de multas, diferenciando erros operacionais de ações de má fé.

Outro ponto levantado foi o endividamento das famílias e seus reflexos no setor. Peruzzo Junior mencionou que empréstimos consignados têm comprometido a renda de muitos trabalhadores, levando alguns a pedir demissão e buscar alternativas no mercado informal. Ele reforçou que a escassez de mão de obra já é um desafio importante para o segmento, impactando escalas de trabalho e funcionamento aos domingos.