Em resposta ao decreto de emergência em saúde pública emitido pelo Governo do Estado no dia 19 de maio, a Prefeitura informou que tem intensificado ações para conter o avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), especialmente entre crianças. A secretária de Saúde, Terezinha Ricaldone, destacou que o município segue rigorosamente as orientações da pasta estadual. E entre as principais ações previstas está a instalação de um Ambulatório de Doenças Respiratórias, além do reforço no atendimento da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), com a inclusão de mais um pediatra no turno da noite, em horário ainda a ser definido.   

A medida visa garantir atendimento mais ágil e especializado para os casos de doenças respiratórias que têm aumentado com a queda das temperaturas. Segundo a gestora, o município também está reforçando ações de testagem para doenças como covid-19 e H1N1. O protocolo inclui a distribuição do antiviral Tamiflu, conforme recomendação médica, com a definição dos pontos de entrega a ser divulgada nos próximos dias. Ricaldone enfatizou que essas medidas seguem o padrão adotado em invernos anteriores, ajustadas ao atual cenário de emergência.  

Campanha 

A secretária anunciou que uma nova campanha de enfrentamento à SRAG será lançada na próxima semana, com o objetivo de informar e mobilizar a população sobre os cuidados necessários e os serviços disponíveis. A estratégia busca conter a propagação dos vírus respiratórios e assegurar o atendimento adequado à população.  

Emergência 

Como parte da estratégia de enfrentamento, o governo estadual decretou emergência em saúde pública no início da semana. Até o momento, o Rio Grande do Sul já contabiliza 4.580 hospitalizações por SRAG em 2025, com 337 mortes. Entre crianças menores de 5 anos, foram 1.540 internações e 10 óbitos, com destaque para infecções como influenza, covid-19 e vírus sincicial respiratório.  

Estado apela por mais leitos 

O governo do Rio Grande do Sul informou que vai solicitar ao governo federal um repasse de R$ 26,1 milhões para a abertura de 405 leitos hospitalares adultos durante três meses no inverno. A medida busca reforçar a rede de atendimento a pacientes com SRAG ou que necessitam de suporte ventilatório pulmonar (SVP), reduzindo a sobrecarga nas emergências e evitando filas e riscos à população.  

Esse valor se soma aos R$ 20,8 milhões já anunciados pelo Estado para a Operação Inverno Gaúcho, com foco no fortalecimento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). Além disso, o Ministério da Saúde destinará R$ 17,9 milhões para 211 leitos pediátricos de UTI com SVP, novos ou adaptados, conforme portaria federal.  

A diretora do Departamento de Gestão da Atenção Especializada (DGAE), Lisiane Fagundes, explicou que os leitos pediátricos já estão regulamentados, mas os adultos ainda não, o que motivou a solicitação. Segundo ela, o valor mensal solicitado ao governo federal é inferior ao que o Estado está investindo com recursos próprios na operação.  

Os recursos requeridos foram calculados com base na disponibilidade apresentada por hospitais interessados em ofertar os novos leitos. Do total, R$ 4,3 milhões mensais seriam destinados a 80 leitos de UTI SRAG e outros R$ 4,38 milhões para 325 leitos com suporte ventilatório.