O Dia de Campo “Conservação do Solo e Produção de Leite: O Caminho para a Sustentabilidade da Agricultura Familiar” ocorreu na terça-feira, 15, no Assentamento Conquista da Fronteira, em Hulha Negra. O evento reuniu agricultores da região e de municípios vizinhos, e foi promovido pela Embrapa Pecuária Sul, Coptil e Instituto Cultural Padre Josino, com apoio de órgãos estaduais e federais. A atividade marcou o Dia Nacional da Conservação do Solo, com foco na produção sustentável e na valorização do solo como recurso essencial para a agricultura familiar.  

Durante a abertura, representantes das instituições organizadoras destacaram a importância da conservação do solo para a segurança alimentar e a sustentabilidade das propriedades. O presidente da Coptil, Emerson Capelesso, enfatizou a parceria com a Embrapa como essencial para o desenvolvimento de práticas sustentáveis na cadeia do leite, apontando o potencial produtivo da região. A Coptil reúne atualmente 390 produtores de leite cooperados.  

Na parte da manhã, o evento contou com palestras técnicas. O pesquisador Leandro Volk falou sobre o manejo do solo e sua importância para as funções ecossistêmicas, como retenção de água e armazenamento de carbono. Já Eitel Maíca, do Instituto Padre Josino, compartilhou experiências práticas na produção de forragens para alimentação animal, tanto para pastejo quanto em forma de silagem e feno.  

À tarde, os participantes visitaram a propriedade de Marilaine Maestri e Gilberto Bica de Oliveira, que apresentou estratégias de alimentação das vacas leiteiras ao longo do ano. A propriedade utiliza pastagens nativas e cultivadas, com conservação em silagem e feno, além da perenização de espécies. O produtor destacou a escassez de chuvas na região como um desafio que exige planejamento para manter a produção e conservar o solo.  

Desde 2024, Embrapa e Coptil desenvolvem um projeto voltado à conservação de solos em propriedades familiares leiteiras nos municípios de Hulha Negra e Aceguá. A iniciativa, apoiada pelo MIDR, envolve famílias assentadas e utiliza uma metodologia participativa. Entre as ações está a criação de Unidades de Aprendizado Coletivo, que funcionam como espaços para validar técnicas, trocar saberes e desenvolver soluções sustentáveis com base na experiência dos próprios agricultores.