Patrimônio
Memorial da Água será tema de projeto de inclusão

Jeferson Vainer - Local escolhido para o segundo episódio está localizado na Hidráulica
A Secretaria Municipal de Cultura anuncia o lançamento do segundo episódio do projeto de inclusão "Pra Cego Ver na Cultura". O local escolhido é o Memorial da Água, localizado na rua Narciso Suñe, no bairro Hidráulica. A iniciativa, que visa promover a acessibilidade e a participação de pessoas com deficiência visual na cultura, oferece conteúdos históricos e arquitetônicos em audiodescrição.
Para a diretora do Memorial da Água, Luciana Neves da Fontoura, o projeto de inclusão é essencial para conectar as pessoas com sua história.
"Hoje, o Memorial da Água, tendo este projeto é uma forma de inclusão, onde nós conseguimos levar a nossa história para todas as pessoas da nossa cidade e região. Para que a gente mostre que onde há água, há vida e há história", afirma.
Em detalhes
O novo episódio, focado na descrição histórica, estará disponível a partir desta sexta-feira, 22 de agosto. Visitantes poderão acessar o conteúdo por meio de QR Codes em banners espalhados pelo Memorial da Água, utilizando seus celulares.
O projeto "Pra Cego Ver na Cultura" foi desenvolvido para garantir que pessoas cegas ou com baixa visão possam compreender e interagir com informações visuais e obras de arte, ampliando sua participação na sociedade.
"Cada prédio guarda uma história, estamos descobrindo através da audiodescrição um conjunto de saberes que nos fazem dar o devido valor ao patrimônio. Geralmente uma construção coletiva que revela o caminhar de nossa comunidade", destaca o secretário de Cultura, Zeca Brito.
Memorial da Água
O projeto de tratamento de água a Bagé, onde hoje também está localizado o Memorial da Água, teve início em 1902, por iniciativa do coronel José Otávio Gonçalves. Na época, o Coronel se preocupou com o tratamento e o saneamento da água para a cidade de Bagé, após a chegada da energia elétrica.
O projeto original foi planejado para uma população de 12 mil habitantes e 1.600 casas, mas em 1910, precisou ser refeito devido ao crescimento da população para 16 mil habitantes. O coronel José Otávio não conseguiu ver a conclusão de sua obra, pois faleceu meses antes de ser inaugurada.
Desde o tempo do Império, Bagé tem problema devido ao racionamento. Luciana Neves da Fontoura comenta sobre a importância do local, fazendo uma metáfora com a água e o ventre, por ser a fonte da vida para a cidade.
"Nós temos no Memorial da Água a história viva de tudo aquilo que foi feito para que a gente chegasse até aqui. E para que a gente conserve esse espaço para as futuras gerações", diz.
A organização textual e a produção do projeto "Pra Cego Ver na Cultura" foram assinadas pela servidora e arte-educadora Zenab El Hatal, com pesquisa histórica do historiador e servidor da Secult, Diones Franchi, responsável pelos personagens e fatos. A locução do conteúdo foi realizada pelo ator e radialista Cláudio Garcia.
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