Briane Machado
Ame com pressa
A inteligência de muitos nos forjaram a buscar conhecimentos e a desafiar os padrões anteriormente impostos - seja pela sociedade, seja pela aquisição de meios para tanto.
Ocorre que, quando a urgência de ter perpassa a necessidade de ser, estamos adquirindo problemas maiores do que podemos dimensionar.
A velocidade em que percorremos os caminhos juntamente com a vontade de alcançar outros patamares sociais formam uma mistura explosiva para qualquer ser humano. 
Quando se atinge o ponto de chegada se faz necessário analisar com o mínimo cuidado o que o pódio da vitória irá entregar: troféu e medalha por ter conseguido cumprir o objetivo ou soberba e empáfia por achar que ninguém mais conseguiria.
Temos acesso a tantas ferramentas que, há alguns anos, jamais imaginávamos sequer conhece-las. 
Com um simples toque numa tela conseguimos projetar e resolver questões de certa complexidade. Entretanto, estamos nos abstendo de desenvolver o que temos de mais precioso: o raciocínio humano. 
Sem a necessidade contínua de pensamento, de arquitetar ideias, nos deparamos com cérebros quase inativos - tudo passa a ser automático, não fundamentamos, esquecemos como é concatenar um emaranhado de problemáticas e soluções, na esperança que uma máquina nos responda como decifrar o que antes era um quebra-cabeça. 
A urgência de hoje está nos deixando aflitos. E por sabermos que uma máquina nos responde em frações de segundos, acabamos acreditando que nós, seres humanos, devemos corresponder a essa expectativa. Caso contrário, os piores pensamentos vêm a cabeça e se transformam em tormento. 
Antigamente, com a comunicação escassa e através de cartas, mensageiros ou a simples comunicação verbal - para não chamar de fofoca - se tinha conhecimento dos fatos e notícias muito tempo após o ocorrido. 
Hoje, se uma pessoa não atende ao telefone, se não responde alguma mensagem no momento exato em que a recebe, todos os piores pensamentos rodeiam a mente. 
Estamos condicionados a pensar no pior. A bateria poderia ter acabado, o celular estava no modo silencioso, a pessoa estava trabalhando e não pode responder ou atender: essas são as últimas alternativas na lista do desespero. 
Mas, por qual motivo estamos fadados a pensar no pior? 
O pior vem acontecendo reiteradamente, sem qualquer freio, sem aviso. Tudo acontece na velocidade da luz e não temos tempo para nos acostumarmos com os entraves da vida. 
Estamos condicionados a ver o pior de cada situação, mesmo que nada esteja acontecendo. 
Estamos intoxicados de negatividade; dormimos e acordamos com más notícias; somos obrigados a tomar conhecimento das mais absurdas atrocidades. Ufa! 
Está difícil, não é?!
Existe a possibilidade de entrarmos, novamente, naquela bolha de desconhecimento? 
Gostaria que fosse possível.
Cabe-nos a abstração daquilo que não nos acrescenta, a lástima pelo que não podemos mudar, a paz de que estamos fazendo o melhor - pelo menos, dentro do nosso círculo de convivência. 
Lembre-se que a mente nos conduz. Mantenha o foco na iluminação. Precisamos globalizar bons sentimentos.
                    
                                                                          
                                                                          
                                                                          
                                                                          
                                                                          
                                                                          
                                                                          
                                                                          
                                 
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