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Vereador é acusado de uso irregular do Centro de Autismo

Reprodução/TV Câmara - Assunto voltou ao debate durante sessão nessa segunda

por Priscila Petrecheli 

Denúncias contra o vereador João Schardosim (PP) marcaram a sessão ordinária desSa segunda-feira, dia 2, na Câmara de Vereadores de Bagé. As acusações, que vieram a público no fim de semana por meio de um vídeo do prefeito Luiz Fernando Mainardi (PT), envolvem supostas irregularidades no Centro do Autismo, como uso político da estrutura do gabinete e prática de “rachadinha”. 

As denúncias vieram a público no fim de semana, após o prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi (PT), divulgar um vídeo nas redes sociais com acusações contra o vereador. Segundo Mainardi, teriam sido encontradas oito caixas com fichas de filiação ao Progressistas, indicando possível uso político da estrutura do gabinete. O prefeito também citou uma lista de nomes supostamente envolvidos em um esquema de “rachadinha”, além de documentos com encaminhamentos feitos por Schardosim que teriam servido para furar filas em serviços públicos. 

Mainardi ainda mencionou que haveria metas internas para que assessores do vereador interagissem com suas publicações nas redes sociais, como curtidas, comentários e compartilhamentos, o que, segundo ele, configuraria uso indevido da estrutura pública para fins pessoais. Entre os materiais encontrados, também estaria um dossiê sobre o vereador Lelinho Lopes (PT). 

Na segunda-feira, Lelinho Lopes (PT) abordou as denúncias em sua fala na tribuna, falando do suposto crime eleitoral.  

“O que foi encontrado no Centro de Autismo é algo mais grave do que as pessoas imaginavam: oito pastas de documentos com dados de milhares de pessoas que participavam de vários programas do governo passado”, iniciou Lopes.  

O vereador Lelinho afirmou que houve violação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no caso envolvendo o material atribuído ao gabinete de Schardosim. Segundo ele, foram encontrados documentos contendo informações pessoais sensíveis, como extratos bancários, cópias de certidão de casamento, boletins de urna e registros de indicações políticas, o que, na avaliação do parlamentar, configura exposição indevida de dados sem respaldo legal. 

Lopes também destacou que o centro onde o material foi localizado teria vínculos diretos com o vereador Schardosim. De acordo com ele, pessoas que atuavam no local mantinham relação funcional ou política com o parlamentar, e o comitê eleitoral de Schardosim teria funcionado em frente ao imóvel, reforçando, segundo o vereador, a suspeita de uso político da estrutura. 

A informação é de que as denúncias serão encaminhas ao Ministério Público. 

“Cortina de fumaça” 

O vereador Schardosim classificou as denúncias como uma “cortina de fumaça” criada para desviar o foco de outras questões da administração municipal. Ele argumenta que os documentos foram encontrados apenas seis meses após o início da atual gestão, o que, segundo ele, levanta dúvidas sobre a motivação e o momento da divulgação. 

Schardosim confirmou que encaminhava cidadãos ao Centro do Autismo, mas afirmou que isso era feito em resposta a pedidos legítimos de atendimento por parte da população. Disse ainda que todas as pessoas que atuam em seu gabinete estão regularmente cadastradas, rebatendo a acusação de uso irregular de estrutura pública.  

“Agora pegar anotação, documento pessoal meu, colocar dentro de uma caixa para me acusar de furar fila? Tem que ter cuidado com o que vocês mencionam aqui como órgão acusador”, rebateu durante sua fala, também na Câmara.

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