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Entrevista
Capitão da Brigada Militar reforça que Bagé é uma cidade segura

Arquivo pessoal - Capitão destacou atuação diante de casos envolvendo adolescentes armados
por Luciano Madeira
Não é de hoje que, nos finais de semana, muitos adolescentes saem para as ruas para fazer festa, mas quem anda pelo Centro da cidade consegue ver jovens com garrafas de bebida alcoólica e até mesmo armados.
Nas últimas semanas, o que se viu foi uma verdadeira selvageria, pois, em uma briga generalizada na avenida Tupy Silveira, um menor foi apreendido portando um facão. Já no final de semana passado, em uma ação da Brigada Militar, outro adolescente foi apreendido armado com faca.
O Folha do Sul conversou com o capitão Pedro Puhl, que é o comandante do 1º e 2º Esquadrão da Brigada Militar em Bagé, e ele fez uma análise da real situação que vem acontecendo no Centro da cidade, mais precisamente na Tupy Silveira, nas proximidades da Urcamp.
Confira a entrevista
FS – A Brigada Militar vem realizando um trabalho mais ostensivo na avenida Tupy Silveira. Por quê?
Capitão Pedro Puhl – O policiamento ostensivo na avenida Tupy Silveira sempre integrou a rotina operacional da Brigada Militar. Contudo, por critérios estratégicos e diretrizes baseadas em inteligência policial, ampliamos a presença na região nos últimos finais de semana. Tal medida foi adotada em razão da identificação de aglomerações de jovens em horários específicos, o que exige atuação preventiva para preservar a ordem pública, coibir delitos e garantir à população um ambiente seguro para convivência. Bagé é uma cidade segura, os números apontam isso, e nosso compromisso é seguir promovendo a paz social com presença firme, técnica e qualificada.
FS – Nos dois últimos finais de semana, neste mesmo local, foram apreendidos menores com faca?
Capitão Pedro Puhl – Sim, houve casos isolados envolvendo briga entre adolescentes, alguns portando armas brancas, os quais foram prontamente identificados e apreendidos pela Brigada Militar, com a rapidez e eficácia que o cenário exigia. Importa destacar que, embora tenham ocorrido tais episódios, houve também movimentos paralelos, principalmente em redes sociais, que buscaram ampliar os fatos e criar uma falsa sensação de medo e descontrole, o que não condiz com a realidade. A Brigada Militar manteve o domínio da situação em todos os momentos, atuando com base na técnica, na legalidade e com apoio da Força Tática, do Setor de Inteligência e do policiamento ordinário, garantindo que a ordem fosse preservada e que os responsáveis fossem devidamente conduzidos.
FS – O que leva esses menores a saírem armados?
Capitão Pedro Puhl – Trata-se de uma questão complexa, que envolve fatores sociais, familiares e psicológicos. Muitos desses adolescentes acabam sendo levados por modismos, influências de grupos e rivalidades banais, sem qualquer noção das consequências jurídicas e do impacto pessoal de suas atitudes. A Brigada Militar, entretanto, não relativiza a gravidade dessas condutas. Atuamos com tolerância zero contra qualquer comportamento que ameace a ordem pública, com respostas rápidas, técnicas e amparadas na legalidade. Todos os envolvidos são devidamente identificados, responsabilizados e encaminhados aos órgãos competentes, conforme o previsto na legislação. E faço um alerta: os pais precisam retomar o protagonismo na vida de seus filhos — saber com quem andam, o que acessam em seus celulares, controlar horários de saída e chegada. Segurança pública começa dentro de casa.
FS – Na sexta-feira, os policiais realizaram uma ação e, no interior da Praça da Estação, havia até facas escondidas?
Capitão Pedro Puhl – Desconheço qualquer ocorrência nessa última sexta-feira que tenha resultado na localização de armas brancas escondidas no interior da Praça da Estação. Contudo, é fato que alguns jovens, infelizmente, utilizam áreas de maior arborização — como praças — para ocultar objetos ilícitos. A Brigada Militar, ciente dessa possibilidade, mantém constante monitoramento por meio de seu setor de inteligência policial, altamente atuante e eficaz, além de reforçar a presença com policiamento preventivo nesses locais. Seguimos com postura firme e atenção total a qualquer indício de ameaça à ordem pública.
FS – As ações feitas em toda a cidade são suficientes para evitar o crime?
Capitão Pedro Puhl – A prevenção do crime é um trabalho contínuo e multifatorial. Nenhuma cidade está isenta de ocorrências, mas o que diferencia Bagé é a resposta técnica, rápida e coordenada da Brigada Militar – principalmente quando em conjunto com outros órgãos de segurança e a comunidade. Mesmo com desafios próprios, como localização de fronteira seca, grande extensão territorial, alta circulação populacional nos finais de semana e questões socioeconômicas sensíveis, a cidade continua figurando entre as mais seguras do Rio Grande do Sul dentro da sua faixa populacional. A Brigada Militar atua com inteligência, presença ostensiva e uma tropa vocacionada para o enfrentamento direto da criminalidade. Onde houver ameaça à ordem, estaremos prontos para agir — com técnica, firmeza e legalidade.
FS – As ações com a Guarda Civil e a Polícia Civil são importantes no combate ao crime e à violência?
Capitão Pedro Puhl – Com certeza. Segurança pública se faz com integração e ação coordenada. A Brigada Militar trabalha alinhada com a Polícia Civil e a Guarda Civil Municipal, cada um com sua missão, mas sempre com o mesmo objetivo: manter a ordem e proteger o cidadão de bem. Essa parceria nos dá mais agilidade, mais informação e mais presença onde o crime tenta se infiltrar. E aqui vai um recado importante: a população é parte fundamental disso tudo. Quando denuncia, quando confia e colabora com as forças de segurança, ela se torna um dos pilares mais fortes da nossa atuação. Nenhum policial conhece tão bem os becos, os hábitos e os movimentos suspeitos de um bairro quanto os próprios moradores. Quando a comunidade participa, o crime perde espaço. Por isso, reforçamos: confie, denuncie e ajude a proteger o que é seu. A Brigada Militar está pronta, mas com o apoio da sociedade, nossa resposta é ainda mais rápida e eficaz. Segurança é uma missão conjunta.
FS – Quais as recomendações da BM para esses menores que andam armados? Por que, atualmente, as pessoas têm medo de sair à noite?
Capitão Pedro Puhl – A Brigada Militar não irá tolerar qualquer conduta ilegal praticada por adolescentes e jovens, especialmente aquelas que atentem contra a ordem pública e a paz social. A orientação é objetiva: portar qualquer instrumento com potencial lesivo é infração legal e será prontamente reprimida, dentro dos rigores da técnica e da legalidade. As ocorrências registradas até o momento foram fatos isolados, restritos a desavenças entre os próprios envolvidos, sem qualquer reflexo à integridade de terceiros. Não houve agravamento ou escalada da violência. Reiteramos à população que Bagé é uma cidade segura, com policiamento permanente e estratégico. A Brigada Militar permanece atuando com firmeza, seriedade e absoluto compromisso institucional com a preservação da ordem, da segurança e da tranquilidade pública. Seguiremos empregando todos os meios legais disponíveis para conter qualquer conduta desviada, independentemente de quem seja o autor dos fatos ilegais.
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