Proteção
Apelo é para que gambás não sejam mortos

Divulgação - Ao encontrar um animal morto, é importante verificar se há filhotes na “bolsinha”
A 1ª Delegacia de Polícia de Bagé tem registrado uma série de resgates de gambás, incluindo filhotes encontrados dentro da bolsa de mães atropeladas. A comissária Patrícia Coradini, que também é presidente do Núcleo Bageense de Proteção aos Animais, alerta a população sobre como proceder ao encontrar esses animais, vivos ou mortos, e reforça a importância de encaminhá-los aos órgãos competentes, como o Cartório de Crimes Ambientais ou ao Vet Container.
Patrícia explica que os gambás são animais extremamente importantes na natureza. Eles fazem controle de pragas, por exemplo, uma picada de escorpião, uma picada de cobra, eles suportam além de comerem esses animais.
“Então, em locais onde tiver gambá não vai ter escorpião nem cobra, porque eles são predadores dos escorpiões e das cobras, eles têm uma capacidade gigante de aguentar o veneno da cobra e do escorpião. São animais que não fazem mal para o homem. Eles não mordem, eles não atacam e eles têm hábitos noturnos”, explica.
Durante o dia é comum encontrar eles dormindo e durante a noite esses bichinhos saem para procurar comida. Eles gostam de frutas, comem ração de gato, eles gostam muito de ovos,
“Então eu peço às pessoas que quando encontrar um gambá, que deixe ele. Ele é inofensivo e tem um papel muito importante, então não matem gambás”, apela.
Ao encontrar um gambá, Patrícia indica levar no Vet Container, no Núcleo de Proteção aos Animais, ou entrar em contato e levar até o Cartório de Crimes Ambientais, localizado na avenida Sete de Setembro, 632.
No caso de encontrar um gambá morto, Patrícia fala para verificar dentro da “bolsinha” se não há filhote e, se houver, levar ao Cartório de Crimes Ambientais, que tentará contato com a Patrulha Ambiental. Ela também explica que, quando chegam muito pequenos, a alimentação que os mantêm aquecidos deve ser feita de duas em duas horas.
“Como eles chegam muito pequenos, a gente não consegue fazer o processo de reabilitação deles na natureza. Se a gente vê que eles estão muito domesticados, ou que por ficarem muito tempo conosco, não conseguimos fazer com que eles aprendam a comer sozinhos, aí a gente encaminha para Pelotas, para o Nerf, para o Núcleo da Fauna Silvestre”, explica.
Já quando estão maiores, é possível que eles se desenvolvam, consigam comer sozinhos. Ela mencionou que esses animais têm como característica serem ariscos e o Cartório procura manter essa característica, evitando muito contato, e depois os devolve para natureza.
Histórias
Quando perguntada qual a história de resgate que foi inesquecível, Patrícia menciona que foram várias, porém, há uma história interessante bem recente.
“A gente está com uma gambazinha que foi atropelada, encontrada na BR, e ela está com uma bolsa cheinha de bebês. Estamos tentando, ela está tomando soro por isso, porque ela teve a boca fraturada. Então ela passa o dia no contêiner ali fazendo soro, tomando medicação. Eu trago ela para delegacia, ela fica conosco, cuido dela, deixo ela aquecida durante a noite e durante o dia ela volta para o contêiner. A gente está tentando manter ela viva, até para poder cuidar dos filhotinhos e a gente tem fé que ela se recupere. Ela está tomando medicação. Estamos tentando ver se a boca dela dá uma melhorada. Hoje (ontem), ela passou inclusive por um raio-x”, relata.
Deixe seu comentário