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Inteligência artificial

Projeto da Unipampa e Embrapa é destaque na NVIDIA

Ilustração/Pexels - Unipampa e Embrapa unem IA e pecuária de precisão

A iniciativa intitulada Terrapampa Smart Systemns: Bridging IA and Livestok, conduzida por pesquisadores da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) em colaboração com a Embrapa Pecuária Sul, foi contemplada com suporte internacional por meio de um programa acadêmico promovido pela NVIDIA, multinacional de destaque no setor de tecnologias para inteligência artificial. Graças a essa parceria, o grupo de pesquisa passou a contar com infraestrutura computacional de ponta, avaliada em mais de R$1 milhão. 

Sob a coordenação do professor Sandro da Silva Camargo, do curso de Mestrado em Computação Aplicada da Unipampa, campus Bagé, o projeto também envolve os pesquisadores Leonardo Bidese de Pinho (Unipampa), Fernando Flores Cardoso, Naylor Bastiani Perez e Teresa Cristina Moraes Genro (Embrapa). 

O principal objetivo da pesquisa é criar soluções baseadas em inteligência artificial para áreas como a agricultura e a pecuária de precisão. Entre os usos práticos que estão sendo desenvolvidos, destacam-se: a identificação e contagem automatizada de carrapatos, a avaliação de características fenotípicas para fins de melhoramento genético de bovinos, a detecção de anemia com base em imagens dos olhos dos animais e o reconhecimento de plantas invasoras, como o capim-annoni, por meio de imagens aéreas captadas por drones. 

Avanço tecnológico e impacto regional  

Essas aplicações exigem grande poder de processamento, especialmente para treinar algoritmos de visão computacional e redes neurais profundas. Nesse contexto, a disponibilização de GPUs (Unidades de Processamento Gráfico) pela NVIDIA representou um salto na capacidade operacional da equipe. "Conseguimos reduzir em mais de 90% o tempo necessário para treinar os modelos, comparado ao que tínhamos com os recursos anteriores", afirma o professor Camargo. 

O pesquisador da Embrapa, Naylor Bastiani Perez, destaca que a integração entre IA e experimentos de campo pode provocar mudanças significativas na rotina dos produtores rurais.“O uso de geotecnologias e sensoriamento remoto permite a coleta de grandes volumes de dados com localização precisa, e a IA nos ajuda a transformar essas informações em ferramentas práticas para apoiar decisões no dia a dia no campo”, explica. 

Além dos ganhos em desempenho computacional, o professor Camargo reforça que o projeto fortalece o papel da Unipampa como instituição geradora de conhecimento aplicado às demandas locais. Os algoritmos estão sendo testados com dados reais do Bioma Pampa, o que assegura melhor adaptação às condições ambientais e produtivas da região. 

Impactos práticos e sustentabilidade 

De acordo com Perez, os impactos esperados vão além da produtividade. Ele aponta também benefícios para o meio ambiente e para a valorização do produto brasileiro no cenário internacional: “Quando os produtores conseguem utilizar os dados de forma inteligente, o manejo se torna mais eficiente, econômico e menos agressivo ao meio ambiente. Isso permite comprovar boas práticas e informar o consumidor sobre como os produtos foram obtidos. Ganham os produtores, os consumidores e o país, que melhora seu posicionamento frente a políticas globais de sustentabilidade, como a redução das emissões de gases de efeito estufa”, enfatiza. 

A pesquisa também envolve estudantes da graduação em Engenharia de Computação e do Mestrado em Computação Aplicada. Para Camargo, o reconhecimento da NVIDIA reforça a relevância e o potencial do projeto. “Esse apoio internacional comprova que estamos atuando na vanguarda da pesquisa em inteligência artificial voltada ao agronegócio”, conclui. 

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