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Vereador faz denúncia e diretor o chama de irresponsável

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Representante da autarquia disse que nesse caso existe dispensa de licitação

O vereador Lelinho Lopes (PT) afirma que existe suposto superfaturamento no aluguel de caminhões-pipa feito pelo Departamento de Água, Arroios e Esgotos de Bagé (Daeb). O petista informou que apresentou denúncia ao Ministério Público e levará ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). 

De acordo com o petista, a base de referência dos valores é o município de Hulha Negra que, segundo ele, exerceu o mesmo serviço por um preço seis vezes menor. 

O vereador argumentou que os dados que constam no Portal da Transparência mostram que o empenho divulgado pela prefeitura dispensou licitação e desembolsou R$ 350 mil em um único mês para o aluguel de dois caminhões-tanque de 15m³ , uma carreta 35m³  e outra de 40m³ . Conforme Lelinho, Hulha Negra, para três meses de contrato, gastou R$ 18 mil em cada caminhão tanque, totalizando R$ 54 mil. 

O petista afirmou que a prefeitura agiu de má fé ou despreparo. “Nós sabemos a dificuldade dos bairros de ponta de rede, que precisam até hoje do caminhão-pipa, mas não podemos deixar de fiscalizar os valores. Isso se trata de superfaturamento ou despreparo da gestão municipal, que não se preveniu em relação a iminente situação de crise”, disparou. 

Segundo o vereador, com o valor de um mês e meio de aluguel (R$ 525 mil), resolveria o problema de um dos bairros. “Sabemos do reservatório que será construído no bairro Ivo Ferronato custará aproximadamente R$ 500 mil. Então por que a prefeitura não está utilizando o recurso do aluguel para investir em reservatórios, que resolve de forma definitiva? Isso está mal explicado”, alfinetou. 

 

Contraponto 

O diretor do Daeb, Franco Alves, reagiu indignado às declarações. Ele classificou a denúncia do petista como manobra política e afirmou que Lelinho está querendo tirar o foco da discussão que teve com o vereador João Schardosim (PTB), durante a sessão ordinária, na segunda-feira passada. E afirmou que o petista age de forma irresponsável. “Um vereador que deveria buscar o entendimento da população e ajudar o Daeb para um momento de crise hídrica”, vociferou Alves. 

O diretor da autarquia informou que as barragens continuam com níveis abaixo do normal e o racionamento de 15 horas permanece. Segundo ele, mesmo assim, não há problema de abastecimento nas residências porque foi montada uma estrutura para atender a demanda. “Os vereadores do PT são irresponsáveis quando levantam uma discussão como essa, eles não sabem o que está acontecendo. Há cerca de dois meses estavam indo no Daeb atrás de mim com um grupo do Ivo Ferronato pedindo uma solução para o desabastecimento do bairro”, lembrou. 

 

“Política suja” 

Segundo o diretor, a solução imediata para problemas como do Ivo Ferronato é locação de caminhões-pipa para abastecer a rede. “ Não pode ser por um caminhãozinho de uns 15 ou 20 mil litros. Com dois ou três caminhõezinhos no dia não se faz o atendimento de toda população”, asseverou. 

Franco Alves afirmou que o aluguel dos caminhões-pipa é caro sim, mas que esses veículos são necessários para transportar a água bruta para ser tratada na Estação de Tratamento de Água (ETA) e para abastecer os bairros e as caixas mais elevadas. Ele informou que esses caminhões vieram de Santa Catarina porque não tinha na região. “Houve uma dispensa de licitação, mas ela é amparada pela lei. Estamos ainda em estado de urgência e emergência, precisamos atender a população com água. Não tem outra forma, a gente não faz milagre, e sim gestão. Ele não entende de fazer gestão e sim de política suja”, bradou. 

 

Como abastecem 

O diretor do Daeb explicou que esses caminhões abastecem a região Norte da cidade – da parte da tarde para a noite. Eles colocam a água diretamente na rede. 

Sobre a comparação que o vereador vez com Hulha Negra, Alves afirmou que aquele município não tem contrato, pois atua com caminhão próprio. 

Além disso, argumentou que com o dinheiro da locação compraria um reservatório de água, mas que atenderia apenas um bairro. Informou que está sendo montada uma licitação para compra de um reservatório e que esse processo leva cerca de 60 dias. Depois, para ser instalado, a empresa vencedora leva de 60 a 90 dias. “Perderíamos de cinco a seis meses nesse processo. Aí a situação de emergência já passou”, falou.  

O diretor complementou que esse reservatório é para outro momento de crise hídrica. “De imediato é fazer a locação dos caminhões”, afirmou. 


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