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Em coletiva

Divaldo questiona intenção de operação da PF e afirma que não teve acesso às acusações

O prefeito Divaldo Lara (PRD) reuniu a imprensa em uma coletiva de imprensa com o objetivo de responder os questionamentos dos jornalistas acerca da operação da Polícia Federal, desencadeada na manhã de terça-feira, 13/8. Tal operação mobilizou 72 policiais federais, que estiveram, inclusive, na casa do chefe do Executivo. Além do prefeito, a PF mirou na primeira-dama e policial civil, Priscila Lara, e nos vereadores Rodrigo Ferraz (PL), atual presidente da Câmara, e Michelon Apoitia (PL). Uma prisão foi realizada: a do filho do prefeito, Rafael Lara.

 
"Foi teatral"
Vários bens de Divaldo Lara foram sequestrados nessa operação, inclusive uma academia montada em sua residência. Divaldo afirmou que a casa foi construída antes de ele se tornar prefeito de Bagé. "Tem muita gente que tem inveja, ciúmes", definiu, ao ponderar que há pessoas que não aceitam o fato de o chefe do Executivo ter saído "do morro". E completou: "Minha casa foi construída em 2012, adquirida pela minha esposa, que é uma advogada – antes de ser policial civil – advogou em mais de cinco mil processos. É dela a casa, não é minha. Foi construída por ela". Segundo o prefeito, ele só se mudou para lá dois anos mais tarde, e que tudo está declarado. "Cada prego que tá lá", sustentou.

 
Sobre o trator que foi levado (há imagens desse momento), garantiu que o maquinário foi adquirido há cinco anos.

 "Financiado por ela (Priscila Lara), pago por ela. Vão ter que devolver, como as outras coisas que também levaram", pontuou. "Porque foi irregular, foi teatral", disse. "Foi tão irregular que nem o desembargador sabia que estava carregando a TV. Ele disse: 'Não, devolve a TV'". Divaldo rebateu, enfim, que tudo o que foi levado tem origem, e que isso será comprovado. "Eu respeito o trabalho dos agentes, porque cumprem ordens, eu entendo, mas não fecho os olhos para o que o Brasil está vivendo", finalizou. Nesse momento, ele criticou a "grande imprensa", como definiu.

 
Defesa
O Prefeito garantiu que sua equipe jurídica ainda não teve acesso a todas as informações sobre a operação. "Não sei os pormenores daquilo que estou sendo acusado", pontuou. "Nós sabemos que é mais do mesmo, porque é uma operação que vem de sete anos. Vem com denúncias, denúncias e denúncias. Ficou parado vários anos. Em 2021, fizeram outra denúncia, e aí no governo do presidente Lula (digo isso porque a Polícia Federal é subordinada ao governo), eu tive três operações sobre o mesmo assunto", manifestou. Sustentou que, na primeira operação, nada levaram e que, na segunda, "meus hormônios, a testosterona, que eu utilizo na minha reposição e no tratamento que eu estava fazendo com anti-inflamatórios, e, agora, na terceira, sequestraram bens da minha casa e também tudo o que diz respeito aos meus familiares".

 
"Tenho certeza da inocência"
A primeira-dama, Priscila Lara, é investigada, segun

do a PF, por se privilegiar de informações como policial civil. Sobre isso, Divaldo ponderou que está ciente de que sua família está sendo atacada justamente para que, assim, ele seja atingido. O prefeito mencionou que ela é uma das poucas primeiras-damas da história recente do município que não aceitou um cargo público. "A Priscila leva uma vida simples, cuidando do amor maior da vida dela, que é a nossa filha. Isso é uma injustiça", destacou.
"Eu espero que o delegado responda por isso que está acusando ela", completou, ao sustentar que Priscila é uma servidora do Estado e que o prefeito sequer sabe da rotina dela dentro da delegacia. "Tenho certeza da inocência dela", reiterou. "Ela será inocentada. Não existe uma vírgula de dúvida na conduta da senhora Priscila Fischer Lara, sendo ela servidora pública do Estado do Rio Grande do Sul", acrescentou.

 
Prisão do Filho
Sobre a prisão do filho, Rafael, Divaldo garantiu que foi arbitrária. O jovem estaria com computadores da Prefeitura. O chefe do Executivo, contudo, defendeu que isso não é verdade, que os aparelhos não são do município. "Nós vamos representar. A prisão, no dia de ontem (terça-feira) mesmo, foi arbitrada a fiança. Ele saiu, não ficou preso. E nós vamos fazer a representação para que seja responsabilizado, (para saber) os motivos pelos quais foi feita aquela prisão naquele momento", detalhou.

 
Questão política
Divaldo voltou a garantir que tudo é resultado de uma intenção política, como definiu. Inclusive, chamou atenção da imprensa (e dos secretários, vereadores e cargos em comissão que lotavam o salão nobre da Prefeitura), para o fato de que a operação ocorreu em um dia 13. "É coincidência também?", questionou. "Claro que não, principalmente por não se tratar de nenhuma atividade ilícita que esteja sendo cometida no momento. Segundo eles, são coisas de 80 meses atrás", pontuou. Nesse momento da fala, Divaldo mencionou que até 12 cachorros foram "bloqueados", como definiu, ao garantir que a primeira-dama ficou como fiel depositária dos animais. "Não pode morrer nenhum. Se isso não é teatro, é o que, então?", ainda questionou.

 

Oposição pede apreensão de passaporte
Após a coletiva, vereadores da oposição protocolaram um ofício na Polícia Federal pedindo a apreensão do passaporte do prefeito Divaldo Lara. Segundo eles, a solicitação é uma medida preventiva para evitar uma possível fuga do país, baseada, ainda de acordo com os vereadores, na informação de que grandes quantias em dólares e euros foram encontrados pela Polícia Federal em sua residência e declarações sobre planos de residir na Espanha. O pedido se apoia no artigo 320 do Código de Processo Penal, que permite a apreensão do passaporte como medida cautelar, como divulgaram.

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