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Júri

Réu afirma que não tinha motivo para matar

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa - Juliano disse que não queria matar a vítima

Aconteceu, nessa terça-feira, o julgamento de Juliano Azevedo de Almeida, de 28 anos, conhecido como Nê, e de Endreu Simões Pimenta, de 27 anos. Eles eram acusados de terem matado, no dia 18 de agosto de 2019, Mauricio Cartana Silva Freitas. O crime aconteceu na rua João Telles, no centro da cidade.
Após 13 horas de julgamento, onde defesa e acusação usaram réplica e tréplica, o réu Juliano Azevedo de Almeida foi condenado a 17 anos de prisão em regime fechado, sem o direito de recorrer em liberdade. Endreu Simões Pimenta foi absolvido.

Como foi o júri
O primeiro a ser ouvido foi um policial civil, que detalhou que, na manhã daquele domingo, o setor de investigação da 1ª Delegacia de Polícia foi chamado porque havia acontecido um homicídio.

"Quando nós chegamos no local, tinha um carro estacionado e dentro um homem já em óbito. Foi acionado o Instituto Geral de Perícias e nós começamos o trabalho de investigação para elucidar o caso. Foi quando uma moradora, que residia na frente, que foi testemunha ocular do crime, nos relatou tudo que ela viu", disse.

O policial acrescentou que, dias depois, o réu Juliano Azevedo de Almeida, acompanhado do advogado, foi até a delegacia e entregou o revólver que ele usou para matar a vítima e assumiu a autoria do homicídio. O mesmo aconteceu em relação ao réu Endreu Simões Pimenta, que se apresentou com o advogado e deu a sua versão dos fatos. "Até então nós estamos tentando descobrir quem era o motoqueiro. Não sabíamos da participação de Pimenta no crime até ele ir na delegacia dar depoimento", disse.

"Fiquei em choque"
Umas das testemunhas arroladas pela defesa de Juliano relatou que ele conhecia o réu Endreu apenas da rua e de algumas festas. E que, naquela madrugada, ele e Juliano foram para uma festa em uma casa noturna localizada na rua Barão do Triunfo, no centro. "Quando chegamos lá, o Mauricio veio me cumprimentar e, do nada, ele veio para cima do Juliano, e começaram a discutir. Foi quando a vítima começou a fazer ameaças para Almeida e para mim, dizendo que ia nos matar e matar a nossa família, e depois saiu", afirmou.

"Eu pedi para o segurança que não deixasse ele entrar mais na festa, porque ele estava alterado e procurando briga", acrescentou. "No final da festa, eu estava de carona com Juliano, que pegou o carro e foi atrás do Mauricio para saber porque ele estava ameaçando e, na rua João Telles, o Juliano desceu do carro e foi até o carro da vítima e deu um tiro. Eu estava dentro do carro e fiquei em estado de choque. Depois, o Juliano entrou no carro e fugiu, e fomos para um motel, onde ele esperou passar o prazo do flagrante", disse, ainda.

"Eu quero pedir perdão"
O réu Juliano Azevedo de Almeida pediu autorização para a juíza Naira Melkis Pereira Caminha para não responder as perguntas feitas pelo promotor Frederico Carlos Lang, o que foi permitido pela juíza.

Ele disse que estava na festa e muito feliz pelo nascimento da filha. "Foi quando Mauricio veio para cima de mim. Eu chamei o segurança e ele foi colocado para fora e eu segui na festa", afirmou. "Quando terminou a festa, um segurança disse que eu tomasse cuidado porque o Mauricio estava passando toda hora na frente. Eu peguei o carro e fui atrás dele para saber porquê ele estava tão alterado e queria saber o que ele tinha contra mim", disse o réu.

Almeida disse que, após seguir o carro da vítima por algumas ruas, na rua General Sampaio ele apontou algo pela janela do carro dele. "Eu achei que era uma arma e dei um tiro, que acertou a porta do lado do carona, e desci do carro. Foi quando o Mauricio fez menção de pegar algo no banco do carona. Aí eu atirei nele e, nesse momento, chegou o Endreu. Eu apontei o revólver para ele. Aí ele levantou a viseira do capacete e eu reconheci e mandei ele ir embora. Eu entrei no carro e, junto com o meu amigo, fomos para um motel, onde liguei para um advogado e contei o que tinha acontecido", detalhou.

"Eu quero pedir perdão à família do Mauricio. Eu não queria matar ele. Eu não tinha nada contra ele. Eu estou muito arrependido e agora tenho que assumir o meu erro", disse Juliano.

"Estou sendo acusado"
O réu Endreu Simões Pimenta falou que estava na festa com o irmão e sua cunhada. "No final da festa, me falaram que ia dá briga com o Juliano e, como eu tinha bebido muito, eu fui atrás. Quando, na esquina da rua General Sampaio, eu ouvi um barulho, e achei que era um tiro. E, no local onde aconteceu o crime, eu estacionei a moto no lado do carro do Juliano, e perguntei para o amigo dele que estava no carro 'o que houve'", afirmou.

"Eu vi quando o Juliano deu dois coranhaços na vítima e depois deu outro tiro no Mauricio, e veio na minha direção. Eu abri a viseira do capacete e o Juliano apontou o revólver na minha cara e puxou o gatilho, mas o revólver falhou. E disse 'tu viu nada e sai fora'. Eu fiquei com medo e fui embora pra minha casa", acrescentou.

Pimenta disse que, no outro dia, foi de forma espontânea na delegacia e relatou tudo do que tinha acontecido em relação a morte de Mauricio. "Eu estou sendo acusado de um crime que não cometi. Eu quase fui morto pelo Juliano", afirmou o réu Endreu. Até o fechamento desta edição, o julgamento estava acontecendo.

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