O Governo do Rio Grande do Sul firmou um Termo de Cooperação entre as secretarias estaduais de Saúde e de Segurança Pública, com o objetivo de compartilhar informações sobre casos de violência de gênero, violência sexual, contra crianças e adolescentes e tentativas de suicídio envolvendo esse público. O acordo foi assinado no Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre, e pretende facilitar a comunicação entre os sistemas públicos, promovendo maior agilidade nas respostas do poder público.  

O secretário de Segurança Pública, Sandro Caron, destacou que a medida é estratégica para qualificar ações de fiscalização e inteligência. Segundo ele, muitas vítimas de violência procuram primeiro a rede de saúde, e o acesso a esses dados permitirá que a polícia tome conhecimento de casos não registrados formalmente. Caron explicou que o projeto vinha sendo desenvolvido desde o início do ano e representa um avanço no enfrentamento ao feminicídio e à violência doméstica.  

A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, reforçou que a prevenção da violência começa com a identificação dos casos. Para ela, o compartilhamento de informações permite respostas mais rápidas e eficazes, integrando os serviços públicos. A iniciativa também está alinhada ao posicionamento do governador Eduardo Leite, que defende que o Estado deve agir mesmo quando as vítimas não conseguem denunciar. 

Arita ainda ressaltou a importância dos Centros de Referência ao Atendimento Infantojuvenil (Crais), que já funcionam em sete cidades gaúchas. Esses centros oferecem atendimento unificado de saúde e segurança pública, com equipe multidisciplinar, para evitar que vítimas precisem passar por múltiplos órgãos. A proposta é garantir acolhimento integral e reduzir o sofrimento de quem já enfrenta uma situação de violência.  

A medida também foi destacada pelo secretário de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Fabrício Peruchin, como parte de uma resposta do governo aos recentes casos de violência no estado. Segundo ele, o governador determinou a reorganização de todas as políticas públicas voltadas à proteção das mulheres, e esse acordo representa um passo concreto nessa direção.