Acervo
Associação Pró-Santa Thereza adquire móveis históricos

Divulgação - Conjunto do visconde de Ribeiro Magalhães está exposto no Museu
por Niela Bittencourt
A preservação da memória histórica de Santa Thereza ganhou um novo capítulo com a aquisição de um conjunto de móveis que pertenceram ao visconde de Ribeiro Magalhães. O resgate desse acervo só foi possível graças ao empenho da Associação Pró-Santa Thereza, liderada pela presidente Maria Luiza Pegas, a Lala, e ao apoio de descendentes e amigos da família Magalhães, como a presidente de honra da entidade, Marilu Teixeira da Luz.
Verdadeira mobilização
Segundo relatou Marilu, que é bisneta do visconde, a oportunidade surgiu quando um descendente colocou à venda uma sala de jantar que teria pertencido a Magalhães. "A Lala soube que um descendente, um tataraneto, bisneto, estava vendendo uns móveis que teriam pertencido ao visconde de Ribeiro Magalhães. Então, ela procurou essa pessoa, e realmente ele queria vender uma sala de jantar, com uma mesa, algumas cadeiras e cristaleiras. Ele pediu uma importância grande, R$ 35 mil, e ela um tempo para levantar essa importância", contextualizou.
"Ela me ligou, e eu disse: 'O que eu posso fazer é começar a ligar para todos os descendentes, os parentes, porque minha mãe era neta do visconde - eu sou bisneta. Nós temos que adquirir esses móveis, porque, quando estiver pronto o Memorial de Santa Thereza, temos que levar esses móveis para lá'", relembrou.
Marilu iniciou, então, uma verdadeira mobilização familiar e comunitária. Durante mais de um mês, entrou em contato com primos e parentes, pedindo colaborações. A ideia inicial era adquirir ao menos parte do conjunto, já que o valor era elevado. Porém, a insistência e a união de esforços renderam resultados.
"Eu comecei a fazer as ligações para os decedentes que eu conheço, os primos, enfim, as pessoas que são da família Magalhães, e que poderiam nos ajudar. Isso eu levei um mês, mais de mês fazendo. Ligando, entrando em contato, pedindo número de telefone, enfim, de parentes, e pedindo uma ajuda, um poquinho que cada um", detalhou. "Depois, nós pedimos mais um tempo para esse rapaz e ele nos deu, para a gente poder adquirir, porque estava sendo difícil", acrescentou.
Reforço
Outro reforço importante veio do carnaval realizado em Santa Thereza neste 2025. Diferente de outros anos, as vendas de quitutes como pastéis foram terceirizadas, e os parceiros destinaram parte da arrecadação para a associação. Essa renda extra foi fundamental para completar a quantia necessária e garantir a compra integral da sala de jantar.
"Tivemos, além dos descendentes que ajudaram, outras pessoas da comunidade, que não são Magalhães, mas que são amigos da Associação. Também ajudaram. Foi umas 50 e poucas contribuições. Isso foi bastante importante, porque nós conseguimos comprar essa sala toda, que está, hoje, no Museu Dom Diogo de Souza", ainda detalhou Marilu.
Em detalhes
O acervo adquirido é composto por três cristaleiras, uma mesa e sete cadeiras. Elas estão expostas em uma sala no Museu Dom Diogo de Souza, junto a peças de valor simbólico, como pratos com o monograma do visconde, uma sopeira, toalhas e uma coberta de mesa que Marilu doou pessoalmente. "São três cristaleiras, a mesa e algumas cadeiras, sete cadeiras. A mesa está posta com uma coberta de mesa que era do visconde, que eu doei para o nosso Memorial, para quando estiver pronto. Os pratos são todos com o monograma dele. São muito bonitos. Tem a sopeira, tem a toalha. Isso fui eu que doei. Está muito bonita essa sala", comemorou a presidente de honra.
A conquista representa não apenas a preservação de objetos históricos, mas também um exemplo de mobilização coletiva em torno da memória e do patrimônio cultural.
"Hoje, há uma sala onde estão os móveis que pertenceram ao visconde de Ribeiro Magalhães. Somos muito gratos que pudemos, enfim, comprar todos esses móveis. Estão para as pessoas visitarem no Museu Dom Diogo de Souza", finalizou, com um convite para a comunidade.
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