A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) emitiu uma nota acerca das tarifas adicionais de 50% sobre a importação de produtos brasileiros anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. De acordo com o CNA, a medida unilateral não se justifica devido ao histórico das relações comerciais entre ambos os países.   

Segundo a nota, as medidas prejudicam as economias dos dois países, além de causar danos a empresas e consumidores. Além disso, fala que há de sempre se concluir que as relações serviram aos interesses dos dois países, não havendo desiquilíbrio injusto ou indesejável.    

“Os produtores rurais brasileiros consideram que essas questões só podem ser resolvidas em benefício comum por meio do diálogo incessante e sem condições entre os governos e seus setores privados. A economia e o comércio não podem ser injustamente afetados por questões de natureza política”, defende a nota.   

Por fim, o CNA admite esperar que os canais diplomáticos sejam acionados.   

Repercussão da taxação   

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ainda na quinta-feira que o Brasil tem à disposição uma série de medidas de retaliação comercial contra os EUA que não provam impacto na inflação. Haddad ainda reiterou que a Lei de Reciprocidade Econômica, que foi aprovada em abril pelo Congresso Nacional, estabelece ações não tarifárias e elevações de tarifas que não provocam o aumento de preços no país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia afirmado, na quarta-feira, dia 9, que o Brasil responderia às sanções dos Estados Unidos com a Lei de Reciprocidade Econômica.     

Lula também anunciou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC), para negociar com os EUA, e criará um comitê de emergência com empresários exportadores para avaliar o cenário. Ele também disse que o Brics, fórum que reúne grandes países do chamado Sul Global, seguirá discutindo mecanismos mais autônomos para impulsionar as relações comerciais.   

Já o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, falou que a imposição das tarifas é um erro de avaliação do presidente Trump. Além disso, afirmou que os EUA têm superávit comercial com o Brasil, além de contar com tarifas zeradas na maioria dos produtos que vendem no país.