Osvaldo Moacir Menezes Rolim ou, simplesmente, Osvaldo, é um dos maiores jogadores da história do Guarany. Para muitos, o principal atleta a vestir a camiseta alvirrubra nos 115 anos de existência do clube do Estrela D’Alva. Nascido em Bagé, no dia 3 de setembro de 1958, no total, o goleiro jogou 359 partidas, nas 11 temporadas entre 1976 e 1998 (intercaladas entre idas e vindas). Com uma média considerada ótima, sofreu 363 gols, praticamente um por jogo. 

Fez a estreia no dia 20 de junho de 1976, contra o Ypiranga de Erechim, fora de casa, pelo Campeonato Gaúcho. O adversário vencia por 1 x 0 quando Celso sentiu o pé direito e teve que ser substituído por Osvaldo. O jornal Correio do Sul fez o seguinte comentário no dia seguinte: “Mesmo perdendo, o Guarany teve um fato positivo: o ex-juvenil Osvaldo entrou no segundo tempo e praticou excelentes defesas e mostrou, já de início, que tem condições de participar de jogos de envergadura”. No ano em que debutou, ainda fez mais três jogos na divisão principal: Guarany 1 x 0 Gaúcho-PF (o primeiro como titular); Caxias 2 x 1 Guarany; e Guarany 0 x 0 Sá Viana. 

A única expulsão de Osvaldo com a camiseta alvirrubra foi inusitada e merece ser contada. No dia 23 de abril de 1977, o Guarany estava jogando contra o Cruzeiro, em Porto Alegre. O time bageense perdia por 2 x 0 e já tinha 10 jogadores após a expulsão de Airton. O árbitro Urbano Knorst marcou um pênalti a favor do adversário, que foi defendido por Celso duas vezes, no chute inicial e no rebote. Todo o time alvirrubro foi para cima do árbitro, que expulsou o goleiro e, ainda, Roberto e Zé Carlos, deixando o time de Danilo Nigris com sete homens em campo, e o arqueiro reserva precisou entrar para não deixar a meta vazia. Porém, toda vez que o juiz autorizava a cobrança, Osvaldo corria em direção à bola e dava um bico. Foi expulso também, e o jogo acabou aos 44 minutos do primeiro tempo por falta do número mínimo de atletas em campo. 

Outro fato diferente foi o único gol que marcou. Mas não foi com a bola rolando, e sim em cobranças de pênaltis. Os clássicos foram jogados em comemoração aos 80 anos do Correio do Sul. No primeiro jogo, no Estrela D’Alva, o Guarany venceu por 2 x 1. Na segunda partida, sem vantagem por saldo de gols, o Bagé fez 3 x 1, e a decisão foi para a marca da cal. Todo mundo acertou, até que, na quarta cobrança jaldinegra, Ademir Veiga colocou para fora. Natalino (Guarany) e Zura (Bagé) deixaram a decisão empatada em 4 x 4, restando um chute, que Osvaldo executou no meio do gol de Marcelo, dando a vitória e a taça para o clube que o revelou. 

Encerrou a carreira em 1998, quando uniu o trabalho embaixo das traves à primeira passagem como técnico. O Guarany foi para a repescagem da região Fronteira, da Divisão de Acesso, e acabou empatando em todos os critérios com o Torrense. Em partida marcada em campo neutro, no Florestal, em Lajeado, mais um empate: 0 x 0. Nos pênaltis, o Guarany foi batido por 4 x 2, e Osvaldo encerrou a carreira. 

Mas não foi só como jogador que Osvaldo participou da história do clube. Também foi treinador em oito temporadas, totalizando 77 jogos na casamata, com destaque para a temporada 2010, quando o time foi até a fase semifinal, não se classificando pela falta de apenas um gol. Além disso, em diversos campeonatos foi treinador de goleiros. Até motorista do ônibus que transportava os jogadores chegou a se aventurar. Empresário no ramo da gastronomia, também patrocinou o clube com a marca na camiseta alvirrubra que tanto honrou. 

Também jogou por Avaí-SC, Hercílio Luz-SC, Matsubara-PR, Inter-SM, São Paulo-RG, 14 de Julho-SL, Grêmio Santanense, Santa Bárbara, Novo Hamburgo e Brasil-Pel, onde, assim como no Guarany, é ídolo festejado e homenageado até hoje. 

Estas linhas são poucas para falar sobre Osvaldo, que merece, na verdade, um livro. Mas esta singela homenagem pode ser um bom começo. Atualmente, Osvaldo é proprietário de duas churrascarias e jogou por vários times do futebol amador da cidade.