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Jalde-negro

Bagé precisa projetar 2026 para voltar à elite do futebol gaúcho

Káren Rodrigues - Jalde-negro encerrou o ano após ser eliminado pelo Inter-SM

por Telmo Carvalho 

A direção do Grêmio Esportivo Bagé gerou uma expectativa muito grande para os seus torcedores. Até porque, a partir do mês de outubro de 2024, o Bagé começou a anunciar que já tinha vários jogadores contratados para a Divisão de Acesso de 2025. Quando virou o ano, o Bagé começou a anunciar os nomes de jogadores. 

E, principalmente quando acabou o Campeonato Gaúcho da primeira divisão, o Bagé anunciou jogadores, em especial atletas que passaram pelo Monsoon, jogadores de primeira linha e de primeira divisão. Isso foi criando uma expectativa de um plantel muito qualificado. Mas também acho que o Bagé cometeu alguns erros, como o acúmulo de jogadores para a mesma posição. 

O Bagé tinha quatro goleiros no plantel e nenhum deles se firmou, seja por questões médicas, lesões ou por questão técnica, como foi o caso do Lúcio, que no primeiro jogo contra o Novo Hamburgo falhou na derrota lá em Novo Hamburgo. Depois, não sei se ele se lesionou ou se realmente foi uma opção do técnico colocar o goleiro reserva, que teve uma boa participação até se machucar, se não me falha a memória, no jogo contra o Gaúcho, lá em Passo Fundo. Em seguida, teve que entrar o terceiro goleiro. 

O Bagé então contratou um quarto goleiro. No que tange ao sistema defensivo do Bagé, foi realmente um setor bem compacto e sólido, já que o Bagé foi uma das melhores defesas do campeonato. Mas o jalde-negro pecou, principalmente, na questão dos jogadores de criação, porque o único jogador mais qualificado para essa posição era o Jean Roberto. 

O técnico começou a errar, apostando no Jean Roberto como centroavante, deixando no banco o Eduardão, o Mário e o Edson, três jogadores da posição. Coincidência ou não, o Bagé deixou de fazer gols quando colocou Jean Roberto para jogar como centroavante. O time deixou de ser efetivo, pois, assim como teve uma das melhores defesas do campeonato, também figurou entre os piores ataques, principalmente entre os oito primeiros colocados. 

O Bagé, entre os oito, foi o pior ataque. Com a saída do Eduardão, o clube não havia contratado outro centroavante. Foi quando o técnico colocou Jean Roberto como centroavante. Depois, com parte da torcida reclamando sobre essa situação, o técnico Gilson Maciel optou por eventualmente colocar o Edson — creio que em uma ou duas partidas —, mas colocou Jean Roberto no banco. Assim, o Bagé sempre jogou desequilibrado: ou tinha um centroavante e não tinha meio-campo, ou tinha meio-campo e não tinha centroavante. 

Já nas finaleiras, a direção jalde-negra contratou um novo goleiro e um novo centroavante. O goleiro, até acho que era justificável, embora já houvesse opções no plantel, pois Lúcio fez uma boa partida no primeiro jogo contra o Inter de Santa Maria, pelas quartas de final. Mas, como havia sido contratado o Gabriel, ele teve que jogar a segunda partida. 

Já o centroavante, Gênesis, não deu resposta nenhuma. Acho que se contratou muitos jogadores, e se esperava muito deles, mas não renderam nem entregaram aquilo que a torcida e a direção esperavam. Mesmo com a desclassificação — pois sabemos que foram 15 times brigando pela classificação e apenas dois subiriam —, o que mais me preocupa é a ruptura entre parte dos diretores do Grêmio Bagé. 

Duas lideranças 

É muito nítido que o Bagé tem duas lideranças antagônicas. Isso fez com que, principalmente na reta final, o clube ficasse à deriva, com apenas um lado apoiando o presidente Fernando Figueira. O Bagé tinha uma folha salarial de cerca de 220 mil reais. 

Dívidas 

Não sei se o Bagé conseguiu quitar todas as suas dívidas, colocar os salários dos jogadores em dia ou fazer as rescisões, mas sei que a folha salarial dos funcionários — que são, se não me engano, quatro — estava atrasada. Essa disputa interna entre líderes do Bagé, que já foram presidentes, diretores e conselheiros, é preocupante. O clube precisa pagar suas dívidas e projetar 2026 se quiser voltar para a elite do futebol gaúcho. 

Desejo que os erros cometidos, principalmente nas contratações, não se repitam em 2026. O Bagé contratou três centroavantes, e nenhum deles foi unanimidade ou deu retorno para o clube. A culpa não é do jogador que está no plantel, mas de quem contrata atletas sem eficácia ou capacidade técnica para jogar no Bagé. 

Os três centroavantes — Eduardão, Mário e Edson — não entregaram nada. Acho que essa prospecção e escolha de jogadores precisa ser mais bem estudada. Não basta ter um plantel com 30 atletas; é melhor ter um grupo mais reduzido, mas com jogadores mais capacitados. 

De certa forma, a campanha do Bagé foi decepcionante, porque todos esperávamos muito mais do plantel jalde-negro. 


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