Visita da Secretaria de Agricultura prepara agroindústrias para adesão ao SUSAF
Agro puxa o PIB no primeiro trimestre

A manchete chama para algo que não é mais novidade. Já se tornou normal, ano após ano. Diz a matéria do Correio Braziliense: “Puxado pelo agro, PIB do Brasil avança 1,4% no primeiro trimestre. A expectativa é de desaceleração da atividade econômica no segundo semestre, com os efeitos da alta dos juros básicos.” De acordo com os dados do Produto Interno Bruto (PIB), divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor foi o que mais contribuiu para o avanço, com uma alta de 12,2%. A soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil foi de R\$ 3,0 trilhões. O indicador apresentou um crescimento de 2,9% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O desempenho positivo não surpreendeu o mercado, que espera uma desaceleração da atividade econômica no segundo semestre do ano, com os efeitos defasados da política monetária. Em nota, a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda (SPE) afirmou que o resultado foi "levemente inferior à projeção" da instituição. A pasta avalia que, a partir da segunda metade do ano, "a perspectiva é de que o ritmo de crescimento se mantenha próximo à estabilidade na margem, repercutindo os efeitos contracionistas da política monetária". Mesmo assim, a secretaria segue projetando alta de 2,4% para o PIB de 2025. "A partir do segundo trimestre de 2025, a contribuição do setor agropecuário para o crescimento deverá se tornar negativa, junto com a redução no ritmo de expansão de atividades cíclicas na comparação interanual", afirmou o governo. Com o resultado do primeiro trimestre, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a participação da agropecuária subiu de 6,7% para 7,4% do PIB total. A entidade explica que o bom resultado ocorreu em razão da colheita de culturas de verão, com especial destaque para a soja (1ª safra) e o milho (1ª e 2ª safra). "Os bons resultados se devem ao clima favorável e ao investimento realizado pelos produtores rurais", diz a CNA em comunicado, no qual avaliou o desempenho do PIB. No entanto, a entidade faz um alerta para a próxima safra: "Esse mesmo nível de investimento pode não se repetir na próxima safra, diante do elevado custo do financiamento produtivo, atrelado à instabilidade econômica e política, dado as incertezas globais."
O setor agropecuário tem sido favorecido pelas questões climáticas, após ter sido significativamente afetado por eventos climáticos extremos em 2024. Para o economista-chefe da Ecoagro, Antonio da Luz, o setor não só se recuperou do "tombo" do ano passado, como também se expandiu. "Não foi só uma recuperação, foi uma recuperação e uma expansão do PIB agro brasileiro, à medida que ele cresceu 10,2% contra o mesmo trimestre do ano passado e ajudou o Brasil a crescer 2,9%", avaliou. Outro grande impacto sobre o resultado do semestre foi o do setor de serviços, que também registrou variação positiva de 0,3%. Maior contribuidor para o PIB do Brasil, o segmento é responsável por aproximadamente 70% do total. A indústria, por sua vez, teve leve retração de 0,1%, considerada estabilidade. O economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, definiu como "modesto" o desempenho de serviços e da indústria. "No geral, o resultado veio alinhado com nossas expectativas e não muda a visão em relação ao comportamento da economia nos próximos meses. Esperamos ainda um resultado forte da atividade econômica no segundo trimestre e, no segundo semestre, a economia deverá perder força, refletindo os efeitos defasados do aperto da política monetária", destacou.
Voltei
Então isso me faz pensar na inércia do governo em querer securitizar as dívidas dos produtores. Tem que separar a política da economia. Ou não?
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