Estado encerra quarentena da gripe aviária após controle de foco
Não sou economista, mas dou opinião

Ledo engano de quem pensa que a maioria do povo não entende de economia. A população, só em saber que os produtos estão caros, já entende que a inflação mexeu em seu bolso. Que seu salário está terminando antes de completar um mês. Pois este tema foi abordado no domingo, no Correio Braziliense, coluna do jornalista Luiz Carlos Azedo, que vou reproduzir em parte. Leia e opine:
Lula não pode contar com a Câmara
Pelo menos enquanto não liberar os “pilas” das emendas. Após negociação, são outros quinhentos. Mas a matéria sobre economia, propiciada pela análise jornalística, é interessante e vem em “economês” que muitos entendem, outros nem tanto. Continuo “colando”: “Lula não pode contar com a Câmara para ‘tirar dos ricos e dar aos pobres’. O presidente Lula disse que não foi eleito para criar ‘benefício para rico’ e defendeu os gastos sociais feitos pelo governo. Rebateu críticas de ‘empresários’ e ‘banqueiros’. Meto minha colher: não pode tirar de ninguém. Todos são iguais perante a lei.” Popularizada nos anos 1970 pelos economistas neoliberais, a “Curva de Laffer” é uma tese do economista norte-americano Arthur
Laffer, que lhe empresta o nome, segundo a qual a redução de impostos é uma forma de aumentar a arrecadação. Foi adotada pelo presidente Ronald Reagan. Laffer fez parte de seu governo e é considerado o pai da corrente econômica que estuda os impactos causados pela diminuição da carga tributária na inflação, emprego, produtividade etc. De acordo com sua teoria, os consumidores se beneficiam de uma maior oferta de bens e serviços a preços mais baixos e as oportunidades de emprego aumentam. Já com o imposto excessivo, as pessoas evitam pagar (evasão, sonegação) ou a economia desacelera, o que provoca queda de arrecadação. Usando cálculos matemáticos, Laffer estabeleceu um ponto de máxima arrecadação: acima disso, aumentar tributos provocaria queda de receita. O Brasil enfrenta uma crise fiscal estrutural, caracterizada por alta carga tributária, grande volume de renúncias fiscais, crescimento contínuo das despesas obrigatórias (previdência, funcionalismo, saúde, educação) e dificuldade de elevar a arrecadação sem frear o crescimento ou aumentar a desigualdade. Esse cenário macroeconômico é quase um consenso nacional. O presidente da Câmara, Hugo Motta, defende corte de gastos e reforma administrativa. Na teoria,
impostos em cascata e sobre produção podem, sim, provocar redução de base tributária; reduzir impostos para os serviços e a indústria pode ampliar a arrecadação. Entretanto, essas conclusões não resolvem o problema do gasto obrigatório crescente, inclusive com emendas parlamentares. Também não se pode afirmar que o Brasil está acima do teto da Curva de Laffer. Ou seja, nada garante que baixar ou congelar os tributos vá aumentar a arrecadação, porque a informalidade e a evasão fiscal decorrem muito mais das desigualdades e da complexidade da nossa realidade econômica do que do nível das alíquotas de impostos.
Nesse cenário, o governo Lula tenta tributar setores beneficiados por isenções fiscais que não fazem mais sentido, combater a sonegação e a elisão, mas a questão fiscal é mais complexa, depende da implantação da reforma tributária, do redirecionamento das despesas públicas e da melhoria da qualidade da administração pública. É aí que sai a equipe econômica e entram os políticos.
Negócios ou bem comum — O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ontem, anunciou que porá em votação, nos próximos dias, um pedido de urgência para derrubar o novo decreto do governo federal que trata do aumento do
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão foi tomada durante reunião de líderes partidários. “Conforme tenho dito nos últimos dias, o clima na Câmara não é favorável ao aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais.” Voltei. Não adianta, este economista de “araque” — eu — acha que só tem uma solução prática: diminuir o inchaço da máquina pública e o financiamento exagerado de recursos para campanha eleitoral. Quando terminar a reeleição (se não mudar a opinião atual), a coisa vai melhorar. Concordam ou não?
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