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Negociação
Camelôs buscam alternativa para venda do CIC

Luciano Madeira - Espaço será incluído em edital de venda em dois meses
Novamente o governo do Estado demonstrou interesse na venda da área que abriga o Centro de Integração Comercial (CIC), localizado na avenida Marechal Floriano. A associação que representa os comerciantes do espaço busca alternativas para que os trabalhadores não tenham que abandonar o local.
Há poucos dias a história envolvendo os camelôs que ocupam o espaço da Floriano, prefeitura de Bagé e governo do Estado ganhou mais um capítulo. Em reunião na capital gaúcha a presidente da associação que representa os comerciantes do CIC, Ana Paula Pereira, foi comunicada que dentro de dois meses o estado deve colocar a área do CIC em um edital de venda de espaços públicos. Por isso, a entidade busca agora alternativas para que o espaço continue de posse dos comerciantes.
Para a reportagem do jornal Folha do Sul Ana Paula explicou que a entidade está em tratativas para solucionar a questão. "Ainda estamos em fase de negociação. Nada concreto", informou. Uma das alternativas estudadas é a cedência do espaço do CIC para o município e, consequentemente, para os comerciantes. A prefeitura, inclusive, já estaria trabalhando nessa possibilidade.
Também está em análise a compra do espaço pelos comerciantes. No entanto, essa alternativa não é viável economicamente. Conforme a presidente, em dezembro de 2022 técnicos do governo estadual estiveram no local para fazer uma avaliação do local. O imóvel foi avaliado em cerce de R$ 1,6 milhão. "Os ambulantes não têm esse valor", disse.
Por isso, no próximo dia 10 uma comitiva deve ir até Porto Alegre para uma nova rodada de negociações com o governo do RS.
Importância
O CIC reúne dezenas de ambulantes que de lá tiram o seu sustento. Segundo Ana Paula, o espaço abriga 91 espaços comerciais. A estimativa é que cerca de 300 famílias dependam do trabalho realizado no local. "Temos que contar com os proprietários das bancas e que muitos deles contratam funcionários", explicou a presidente.
Ainda segundo a representante dos ambulantes, atualmente Bagé possui mais de 75 ambulantes espalhados pelas ruas da cidade. Caso não haja mais a possibilidade de uso do CIC, os camelôs da Floriano terão que ocupar as ruas para dar continuidade ao seu trabalho.
Histórico
A história de negociações entre camelôs, Estado e município não é de hoje. Desde que venceu a cessão gratuita do espaço as partes negociam formas de ajustar as questões.
No ano de 1998 o município recebeu a cessão gratuita do espaço pelo prazo de 20 anos. A administração municipal da época acomodou os ambulantes no prédio que passou a ser conhecido como CIC.
A cessão gratuita venceu em 2017 e o município não teve interesse em renovar a cessão, já que não haveria mais a gratuidade.
A solução proposta na época foi uma cessão onerosa válida por dois anos com proposta de compra ao final do prazo. Entretanto, os ambulantes não conseguiram o valor para compra da área. O contrato então passou a ser de ocupação onerosa, com um valor pago ao Estado.
Em 2022 município e Estado iniciaram uma negociação para que o imóvel fosse cedido para a administração municipal como pagamento de uma dívida da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Contudo, o governo estadual pagou a dívida em dinheiro, sepultando a negociação.
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