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Maio Bordô

Campanha destaca impacto da enxaqueca na qualidade de vida

Freepik - Trinta milhões de brasileiros sofrem com enxaqueca

Por Priscila Petrecheli  

O Maio Bordô chama atenção para a cefaleia, termo médico para a dor de cabeça, que afeta cerca de 95% da população em algum momento da vida. Embora geralmente passageira, a dor pode indicar quadros graves quando se torna frequente ou incapacitante, como enxaqueca crônica ou distúrbios neurológicos. 

Segundo a Academia Brasileira de Neurologia (ABN), mais de 30 milhões de brasileiros sofrem com enxaqueca, considerada uma das 10 doenças mais incapacitantes do mundo pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mesmo assim, grande parte dessas pessoas não recebe o tratamento adequado. 

A estudante Érica Alvarenga, de 21 anos, relata que sua enxaqueca começou há seis anos. “Minhas crises de enxaqueca costumam ser intensas e, muitas vezes, interferem diretamente na minha rotina, especialmente durante o trabalho ou nos estudos”, conta. 

Já o gerente comercial José Aquila Silva Junior, de 38 anos, diz que a enxaqueca prejudica sua qualidade de vida, sendo que em momentos de aura seus sintomas afetam a sua rotina, trabalho e sono. “Antes de buscar tratamento, precisei faltar a eventos importantes, como provas na faculdade, ou adiar compromissos no trabalho”, conta. Ele acredita que tem desde a infância, porém que ficou pior na fase adulta, mas que o tratamento o ajuda.  

“Hoje faço tratamento não apenas com medicação, mas também reconfigurei minha alimentação, pratico atividade física com mais regularidade e evito estímulos como barulhos e cheiros intensos”, explica. 

O médico Ivan Paulo de Lima explica que a enxaqueca é uma dor de cabeça com intensidade variável, geralmente precedida de uma aura – alterações visuais, a qual ele exemplifica como ser um ponto de luz na visão – e, em menos casos, dormência. Além disso, geralmente se dá em um lado da cabeça, podendo vir em crises repetidas ("em salvas"), trazer sensibilidade à luz e ao som. Por isso, quem está em crise costuma buscar ambientes escuros e silenciosos para aliviar o desconforto. 

Segundo o médico, na prática médica do consultório, o paciente relata que geralmente sabe quando vai iniciar a dor, que pode ser causada por estímulos, gatilhos ou ainda pré-disposição genética. Além disso, ele afirma que na anamnese se procura o histórico familiar. 

Entre os sinais de alerta, ele elenca alguns sintomas digestivos como náuseas e vômitos. 

O médico avisa ainda que é necessário investigar se a causa é orgânica ou não orgânica. A orgânica seria ocasionada por alguma doença, como diabetes ou algo relacionado a coluna ou neurológico. E a não orgânica seria algo relaciona a fatores emocionais, como estresse, ou até mesmo cheiros. Ele ainda afirma que são necessários exames para chegar a uma causa definitiva e palpável, pois o caso pode ser mais sério ou não. 

A cefaleia pode ser tratada com medicamentos orais, neuroestimulador periférico, bloqueios anestésicos, anticorpos monoclonais, Anti-CGRP, toxina botulínica, fitoterápicos e acupuntura. 

A ABN recomenda que se procure um neurologista quando: 

  • A dor de cabeça ocorre três ou mais dias por mês, por mais de três meses; 
  • Há piora progressiva da intensidade ou da frequência; 
  • A dor é acompanhada de alterações visuais, alteração na força, emagrecimento ou febre; 
  • A dor inicia subitamente e muito forte. 
  • A dor inicia após os 50 anos. 
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