COMEÇOU O TEMA / ABSOLVIÇÃO DE BOLSONARO

Tenho acompanhado bem quieto em casa o que vem acontecendo após a perda de direito político de Bolsonaro. Cada dia que passa, mais um fato novo aparece, sempre contra o ex-presidente, embora, aparentemente, nada tenha a ver com sua perda de elegibilidade. A Câmara está trabalhando para criar um mecanismo que possa colocar Bolsonaro na disputa do título em 2026. Algumas coincidências têm ocorrido e consigo captar que este tema está sendo tratado por ambos os lados: governo e oposição.
Repito alguns fatos que aconteceram nos últimos dias. A oposição assumiu as duas presidências do Congresso Nacional. Lula viu que havia perdido a direção do Legislativo e colocou alguns ministros de seu governo de volta ao Legislativo para votar nos candidatos da oposição. Imediatamente, reuniu-se com os presidentes eleitos e depois saíram abraçados, como a mostrar que tudo está na santa paz e que continua tudo no velho “amor eterno”.
No dia 5, ontem, portanto, o Correio Braziliense mostrou uma entrevista do presidente Lula cujo título é bem sugestivo: “Quem tentou golpe não merece absolvição”, diz Lula sobre Bolsonaro. Aí eu segui o texto integral e me deparei com outra observação de Lula:
“Caso Bolsonaro seja inocentado e possa concorrer à Presidência em 2026 contra a minha candidatura, vai perder outra vez.”
E aí vai além:
“Se ele não fosse um homem que tivesse preparado toda essa podridão de comportamento, ele teria ficado, teria dado posse, como qualquer ser humano civilizado faria”, disse Lula.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou nesta quarta-feira (5/2), ao ser questionado sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e sobre o projeto de anistia para condenados pelo 8 de janeiro, que aqueles que tentaram um golpe de Estado “não merecem absolvição”. O chefe do Executivo disse ainda que, caso Bolsonaro seja inocentado e possa concorrer à Presidência em 2026 contra o petista, “vai perder outra vez”. E seguiu:
“Eu acho que quem tentou dar um golpe, quem articulou inclusive a morte do presidente, do vice-presidente e do presidente do tribunal eleitoral, não merece absolvição”, respondeu Lula durante entrevista a rádios mineiras.
VOLTEI
Espero ter sido claro na opinião que externei. Essa união entre Câmara, Senado e governo mostra que ‘algo’ está sendo negociado. Cada um cede um pouco, e no final se acertam. Até a eleição, ainda tem muita confusão.
FLÁVIO BOLSONARO: A SOLUÇÃO É O IMPEACHMENT
O senador, filho de Bolsonaro, afirmou no mesmo dia que há “quase 40 senadores declaradamente a favor do impeachment de Moraes”. Para quem leu o comentário de hoje, deve ter ficado claro que há uma estruturação cujo tema central é a suspensão da inelegibilidade de Bolsonaro. E aí, se todos cumprirem, volta tudo como dantes no quartel de Abrantes. Ou seja, por outros meios, mas pelo mesmo caminho que levou Lula a ficar elegível e ser o presidente. Como diz o ditado: “Nada melhor que um dia após o outro.”
Tá. Dar tempo ao tempo para que a verdade aflore, ou não?
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