Análise
Lideranças condenam depredações e lembram ações da esquerda

Marcelo Camargo/Especial FS - Cenário de destruição no Palácio do Planalto
Lideranças de diferentes entidades de Bagé repudiaram os atos de vandalismo no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal, ocorridos nesse domingo. Todos condenaram os ataques ao patrimônio público, porém, em algumas manifestações, fica evidente a cicatriz provocada por ações da esquerda, como invasões de terra, por parte do MST, que ocorreram na região da Campanha há alguns anos.
A presidente da Associação do Pampa Gaúcho de Turismo (Apatur), Clori Peruzzo, disse que a entidade não tem nenhuma ligação com grupo político, porém não aprova os atos de vandalismo por quem quer que seja . "Penso que não é desse jeito que se faz o desenvolvimento de um país", apontou.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Bagé (Aciba), Eduardo Soares, argumentou que,o país é democrático por direito, assim como prevê a Constituição. "Temos um presidente eleito democraticamente, independente dos questionamentos que se faz sobre a veracidade e a legitimidade das votações, no que se refere as urnas eletrônicas, nós precisamos respeitar aquilo que está constituído de fato e de direito", pontuou.
Para o empresário, todas as manifestações sem violência são sempre bem-vindas. Em relação aos atos de vandalismo, no domingo, o presidente da Aciba afirmou que isso, descaracteriza e tira a legitimidade das reivindicações. "Acredito que precisamos sempre discordar daquilo que não é comum a nós, mas precisamos respeitar, de forma tranquila, as decisões que a própria população adotou. Somos contra a todo aquele ato que gere violência a decisão que foi tomada", completou.
A presidente da Subseção da OAB de Bagé, Márcia Rochinhas, disse que, assim que a Ordem dos Advogados do Rio Grande do Sul, teve ciência do ocorrido, lançou uma nota oficial, onde condena a invasão dos prédios públicos e os ataques desferidos contra os três Poderes. "Nós, enquanto Subseção da OAB, também aderimos à nota oficial, pois entendemos que todo o tipo de manifestação é válido se for pacífico e ordeiro, porém jamais aceitaremos ações que, além de violentas, atentam contra o estado democrático de direito e a ordem pública. O papel da OAB é da defesa da democracia e das Instituições e seguiremos firmes nesse propósito", garantiu.
Invasões de terra
O presidente da Associação e Sindicato Rural de Bagé, Geraldo Brossard Corrêa de Mello, salientou que não compartilha dos atos de depredação ao patrimônio público. Por outro lado, o dirigente sustentou que existe uma insatisfação muito clara com o pleito eleitoral, e que há uma desconfiança pela outra metade do Brasil que não votou no presidente eleito e não concorda com as urnas e com a forma desse governo. "Existe uma insatisfação geral, inclusive contra o Supremo Tribunal Federal. Uma parte do eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro está com os ânimos exaltados. Por outro lado, o agronegócio e os produtores rurais se sentem com direito de que, quando das invasões de propriedades, o governo atue com a mesma veemência como foi atuado agora em Brasília. Os extremismos têm que ser contidos de todas as partes. É isso que se espera de uma sociedade justa", disse.
O presidente do Sindilojas, Nerildo Larcerda, falou que a entidade é apartidária e prima pelo desenvolvimento e obrigação das leis. "O Sindilojas apoia todos os atos que estão permitidos dentro da própria Constituição", resumiu.
Parcela insatisfeita
O presidente da Câmara de Vereadores, Rodrigo Ferraz (União Brasil), disse que o ocorrido nesse domingo, em Brasília, não representa o que pensa e os valores que defende. "Sou contra qualquer tipo de invasão e depredação, seja a invasão do Congresso Nacional realizada por fanáticos inconsequentes ou invasões a propriedades rurais, lideradas por movimentos sem terra", sustentou.
Segundo ele, essas ofensas ao estado democrático de direito e ao patrimônio público mostram as insatisfações do povo brasileiro "sobre a politização e a imparcialidade da justiça, a militância política da grande mídia, o autoritarismo demasiado de ministros do STF, o desrespeito à Constituição Federal e a censura injustificável, que oprime direitos fundamentais, como a liberdade de expressão de agentes políticos e cidadãos comuns".
Para Ferraz, ficou evidente que a mobilização da esquerda que elegeu o presidente da República terá oposição forte, pois, segundo ele, a direita do Brasil se mostra mobilizada como nunca.
A reportagem entrou em contato com o prefeito Divaldo Lara, mas o celular caiu, todas as vezes, na caixa postal. Também foi feito contato com a presidente do Conselho Bageense da Mulher Empreendedora (Cobame), Silvana Fernandes Osband, mas não houve retorno.
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