Tráfico
Bageense comanda região da fronteira com Uruguai

Divulgação/Polícia Civil - Uma operação foi realizada nesta terça-feira com apreensões e prisões
Na manhã de ontem, foram cumpridos 20 mandados de buscas e apreensão nos Estados de São Paulo, Pará e Rio Grande do Sul. Durante as buscas, foram apreendidos dezenas de equipamentos eletrônicos, celulares, notebooks, inclusive Macbook, além de uma grande quantidade de dinheiro em real, dólares e euro. Três pessoas foram presas de forma preventiva no Pará.
Todo o esquema que culminou com apreensões e prisões ontem teve origem em Bagé. O esquema de lavagem de dinheiro de uma organização criminosa sediada na Rainha da Fronteira foi desarticulado pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Bagé. Outras duas facções foram criadas, uma no Vale dos Sinos e outra em São Paulo.
Quem comandou a ação ontem no Pará foi o delegado da Draco de Bagé, Cristiano Ritta. Ele contou que as investigações começaram em abril deste ano, quando a Policia Civil e a Brigada Militar cumpriram 15 mandados de buscas e apreensão em Bagé e realizaram a maior apreensão de cocaína até o momento na cidade. Na ocasião, foram apreendidos sete quilos de cocaína, um quilo de crack , além de insumos para refino e desdobramento da cocaína. A droga apreendida foi avaliada em R$ 780 mil.
Pena de 120 anos
Durante as investigações, os policiais identificaram que o líder do grupo criminoso é de Bagé e está preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC). O detento tem mais de 120 anos de pena para cumprir - sendo um dos criminosos com maior pena a ser cumprida no Rio Grande do Sul.
Ritta disse que a célula da organização criminosa chefiada pelo bageense detém grande parte do tráfico de drogas na região da fronteira com o Uruguai. Durante as investigações, os policiais da Draco apreenderam dezenas de comprovantes de depósitos bancários feitos por uma pessoa e que tinha como destinatário uma construtora na cidade de Ribeirão Preto, em São Paulo. No Estado do Pará, os depósitos eram feitos para uma loja de veículos.
O delegado comentou que as empresas são de fachada e seus proprietários estão ligados a lavagem de dinheiro e movimentaram mais de R$ 150 milhões em pouco mais de um ano. Ritta ressaltou que esse cenário é de uma complexa investigação de combate ao crime organizado, envolvendo organizações criminosas de âmbito regional, estadual, nacional e internacional. O foco é a descapitalização financeira das organizações. Ele reforçou que está comprovada a movimentação financeira de mais de R$ 150 milhões de forma suspeita.
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