Drama
Estiagem torra campos e lavouras da região

Marcia Colares/Especial FS - Grandes e pequenos animais sentem o clima severo
O calor escaldante que assola a região, com temperaturas chegando aos 40 graus, tem sido inclemente com grandes e pequenos produtores rurais. A preocupação dos agricultores é como manter as plantações, a comida e a água para os animais. A reportagem ouviu relatos dramáticos, como de um produtor que afirmou ser triste ver o gado com fome e sede.
O jornal Folha do Sul está publicando uma série de reportagens sobre o impacto da falta de chuva na região. Já foram ouvidas lideranças políticas e de entidades, dos que atuam da feira livre no Calçadão e hoje é com produtores de forma geral.
Faustilho Daros, que é proprietário de uma veterinária, contou que as pastagens de verão, como o milheto, sorgo forrageiro e o capim sudão sãos os ideais para esse período do ano. No entanto, observou que para se desenvolverem é necessário ter umidade para a germinação. E é o que está faltando.
Situação está "brabíssima"
O produtor rural Fanor Alves, que tem propriedade na localidade de Pedra Grande, no Distrito de Palmas, e trabalha com gado de corte, disse que há muito tempo não via um janeiro tão seco como esse ano. "A situação está 'brabíssima', os campos estão todos secos e os açudes estão secando. Acredito que aqui temos água pra mais ou menos 30 dias para os animais", estimou.
Segundo ele, devido a esse quadro, os animais não engordam porque não têm o que comer. De acordo com Alves, isso vai refletir no preço do gado.
"A coisa está ficando feia"
O presidente da Associação dos Amigos da Terra do Assentamento Abrindo Fronteiras de Hulha Negra, Valdir Leites, foi enfático ao afirmar: "A coisa está ficando muito feia". Segundo ele, no local os agricultores lidam com gado leiteiro e de corte, fruticultura e soja . Ele comentou que a estiagem está sendo muito severa - os açudes estão secando, as pastagens nativas morreram e as de verão estão secas.
Leites enfatizou que a queda na produção por falta de chuva já chega a 50%. "Vamos ter que torcer que venha uma chuva nos próximos dias. Nós aqui ainda temos água potável para beber, mas está muito complicado esse ano", desabafou.
"Onde vamos tirar água?"
Tales Menezes, que trabalha com agricultura familiar no bairro Higienópolis, relatou que todos os anos é a mesma situação, mas 2022 começou com as temperaturas mais altas. O agricultor salienta que as hortaliças são o que, segundo ele, acaba prejudicando mais o setor, mesmo cobertas por estufas as temperaturas chegam a 50 graus. "As hortaliças precisam de muita água, montamos um sistema de irrigação, mas acontece que o açude está praticamente seco e se secar, de onde vamos tirar água?" indaga o agricultor.
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