Direitos
Bem-estar e NBPA opinam sobre lei que proíbe eutanásia

Niela Bittencourt - Proibição busca proteger animais em situação de rua
Após sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, a lei que proíbe o sacrifício de cães e gatos pelos órgãos de controle de zoonoses, canis públicos e outros estabelecimentos oficiais similares, foi publicada no Diário Oficial da União dessa quinta-feira. De acordo com a lei, somente os animais com doenças graves ou enfermidades infectocontagiosas incuráveis, que coloquem em risco a saúde, poderão passar pela eutanásia. Neste caso, o procedimento deverá ser justificado por laudo do responsável técnico.
Para a presidente do NBPA, Patrícia Coradini, nunca deveria ter existido a possibilidade de se fazer isso. "Isso (a lei) é uma garantia de que animais que estão resgatados em maus-tratos, que estão em abrigos, não vão ser eutanasiados", destacou. "Na verdade, isso, se acontecesse, seria maus-tratos, maldade. Imagina, o animal já é resgatado em maus-tratos, sofreu, passou por todo um processo de sofrimento, e aí vai ser condenado à morte?", ponderou.
Já a coordenadora do Bem-Estar Animal, Lisandra Borba, sustentou que, infelizmente, é muito triste que ainda houvesse necessidade de ser sancionada uma lei para essa finalidade. "É desumano, antiético e completamente contra tudo que vejo como adequado ao bem-estar animal que ainda houvessem situações de eutanásia pelo simples fato de os animais estarem em condição de rua", afirmou.
Ela lembrou que tal condição (a de rua) é imposta pelo próprio ser humano. "Estamos, eu a minha equipe, comemorando muito essa lei. Lutamos diariamente para garantir os direitos dos animais, para oferecer saúde, bem-estar e tudo que vier ao encontro desse fim é benéfico e merece nossa comemoração", sustentou. Lisandra finalizou ao lembrar que todos têm direito a vida. "Nosso protocolo, nas nossas unidades, sempre foram de indicação de eutanásia somente em casos incuráveis e de sofrimento", pontuou.
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