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Policiais revelam a face da violência contra menores

Reprodução/EFE/Will Oliver - Desestabilização do núcleo familiar é apontada como um dos vilões

Não é de hoje que muitas crianças e adolescentes são vítimas das mais diversas agressões - seja física, psicológica e até sexual .O jornal Folha do Sul fez um apanhado com as delegacias para saber se aumentou o número de casos em que os menores são vítimas desse tipo de violência.

A delegada responsável pela 2ª Delegacia de Polícia, Carolina Funchal Terres, contou que o órgão recebe várias denúncias de maus-tratos contra menores. Mesmo assim, ela lembrou que muitas pessoas ainda não sabem que as denúncias de maus-tratos podem ser feitas de forma anônima para a delegacia. "Acho que falta um pouco mais de divulgação para que as pessoas possam denunciar", disse acreditar.

Professor agressor

A escrivã, que atende o Cartório do Menor Vítima, Anelise Gimenes, explica que para o atendimento da polícia, a cidade é dívida em zonas e, dependendo da área em que acontece esses casos, é a 2ª Delegacia de Polícia que atende. A escrivã contou que há cerca de dois meses chegou denúncia de uma mãe. A mulher revelou que o seu filho de 11 anos relatou em casa que havia sido abusado sexualmente pelo professor de uma escolinha de futsal. "A criança passou por exames que comprovaram que ele havia sido sim abusado. O caso está sendo apurado", informou Anelise.

Outro caso foi a denúncia de uma avó. Ela contou que a nora havia sacudido o neto de 10 meses. Inconformada com a cena, a avó agrediu a nora.

Outro caso envolve uma grávida que brigou com o marido. A cunhada da vítima relatou que, em razão dessa briga, a grávida deu vários socos na própria barriga, falando que queria perder a criança. De acordo com as informações da inspetora, a maioria das denúncias são feitas por vizinhos. Segundo Anelise, eles relatam que escutam as crianças chorando ou gritando. "Aqui na delegacia, na grande parte dos casos, nós entramos em contato com o Conselho Tutelar, perguntando se eles têm conhecimento desses fatos e, claro que, depois, vira uma ocorrência policial", disse.

A escrivã explicou que, quando a equipe chega no local, onde é contatado maus-tratos contra menores, o primeiro passo é comunicar o Conselho Tutelar e, dependendo do caso, a criança é retirada da residência e é entregue na casa de um familiar.

O delegado Guilherme Fagundes Nunes, responsável pela 1ª Delegacia de Polícia, argumentou que, geralmente, os casos envolvem a vulnerabilidade no núcleo familiar - onde os pais ingerem bebida alcoólica e consomem drogas. "Essa desestabilização faz com que os pais agridam os filhos, ultrapassando a questão de correção, que é de falar mais firme, e passam para a agressão física, o que é intolerável", frisou.

Nunes comentou que, geralmente, essas famílias já estão sendo acompanhadas pelo Conselho Tutelar.

Daniela Barbosa de Borba, que é responsável pela Delegacia Especializada ao Atendimento à Mulher (DEAM), ressaltou que, no órgão, tem o Cartório da Criança e Adolescentes Vítimas de Violência Sexual. Segundo ela, tem épocas que os casos aumentam, mas depois acaba normalizando.


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