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Cátia Liczbinski

Ser Mãe: entre afetos, diversidade e resistência

- Cátia mãe da Rachel

imagem ilustrativa

Ser mãe é um gesto de criação contínua. É mais do que gerar: é acolher, proteger, ensinar, cuidar — muitas vezes abrindo mão de si mesma para que outro ser possa florescer. Neste Dia das Mães, é preciso ampliar o olhar e reconhecer que a maternidade não se limita à biologia. Ela é exercida por mulheres que criam filhos do ventre e do coração, por mães de pet que dedicam tempo e afeto aos seus animais. A maternidade é uma experiência humana e plural.

A origem do Dia das Mães remonta à Grécia Antiga, em celebrações às deusas da fertilidade. Mas a data como conhecemos hoje ganhou força no século XX, quando Anna Jarvis, nos Estados Unidos, quis homenagear sua mãe e todas as mulheres que dedicaram a vida aos cuidados familiares. No Brasil, a data foi oficializada em 1932, por Getúlio Vargas, e mais tarde incluída no calendário da Igreja Católica, em referência à Virgem Maria. No entanto, a história da maternidade é também uma história de invisibilização: mães solo, mães negras, mães LGBTQIA+, mães indígenas e tantas outras enfrentam, até hoje, julgamentos, violências e silenciamentos.

Ser mãe, em qualquer configuração, exige valores profundos. Exige escuta, paciência, entrega, e, acima de tudo, amor — aquele amor que se traduz no cotidiano, nos gestos pequenos, nas noites mal dormidas, nas preocupações caladas. A mãe de pet, por exemplo, sabe que aquele cão ou gato não é “só um animal”: é um companheiro, um vínculo afetivo real.Não há manual: cada maternidade é construída com suor, lágrima e ternura.

Num mundo que muitas vezes insiste em moldar a maternidade a estereótipos sacrificantes, é importante valorizar todas as formas de maternar — inclusive aquelas que desafiam as convenções. Ser mãe não é sinônimo de perfeição, e sim de presença. É saber que falhar faz parte, mas amar é a base. É educar para o respeito, para a empatia, para a liberdade.

Neste Dia das Mães, celebremos não apenas com flores ou presentes, mas com reconhecimento. Reconhecer o trabalho invisível, a força silenciosa, a coragem diária. Honremos as mães que nos criaram, as que nos inspiram, as que lutam, as que partiram, as que escolheram não ser mães — e todas as que, com amor, cumprem esse papel, mesmo sem o nome ou o título.

Porque maternar é, em última instância, um ato de resistência. E onde há cuidado, há revolução.

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