MMG
Como manter projetos sociais em meio à pandemia

Divulgação - Vidros doados são decorados por uma voluntária
Uma iniciativa que colocou Bagé na vitrine dos projetos sociais do Estado e que já abarcou todos os bairros da cidade, hoje se mantém com a vendas de doces caseiros - como os de abóbora em calda, batata-doce e figada. É o Movimento da Mulher Gaúcha (MMG), que agora se transformou em associação.
Com as portas da sede na Marechal Floriano em frente o Calçadão fechadas desde o início da pandemia, em março do ano passado, o jeito foi buscar alternativas para pagar as despesas fixas, como aluguel do imóvel, água, luz, Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial (IPTU) e escritório de contabilidade. No inverno passado, foi feito mocotó para vender. Depois disso, foram realizadas rifas. E, agora, a presidente da entidade, Sônia Mara Gomes Leite, dedica os finais de semana em sua propriedade rural para fazer os doces. O preparo começa na sexta-feira e se estende durante todo o sábado. No domingo os doces já estão embalados em vidros de conservas, prontos para serem entregues para os consumidores.
Sônia conta que nunca fez esse tipo de doce para consumo próprio, porque é trabalhoso - mas que pelo movimento a causa é maior. Os vidros são todos decorados pela voluntária Lena Marin. No final de semana, os 40 vidros com doce de abóbora e de batata foram todos vendidos. Os vidros de conservas são todos doados ao Movimento da Mulher Gaúcha.
Projetos pioneiros
Tudo começou em 1997, com a Fundação da Mulher Gaúcha, que era presidida pela então deputada estadual Maria do Carmo Bueno (PP). Em meados de 2004, quando ela encerrou o mandato, também encerrou a fundação. O único município do Rio Grande do Sul que manteve essa iniciativa foi Bagé, com o nome de Movimento da Mulher Gaúcha. Ao longo desses anos, inúmeros projetos capitaneados por Sonia Leite e uma legião de voluntários colocaram a Rainha da Fronteira na vitrine do Estado. Entre eles, a Casa do Papai Noel, a Oficina de Brinquedos do Papai Noel, Sacola do Natal Feliz, Debutantes, Casamento Comunitário e Sonhos de Princesa.
Hoje, ainda se mantêm alguns projetos, como o que fornece a quem precisa camas hospitalares e cadeiras de rodas, e o Centro de Aprendizagem, que oferece cursos dos mais variados.
Sonia Leite lembra que o Centro de Aprendizagem surgiu com o projeto Mãos à Obra, que atendia os 45 bairros de Bagé e chegou a envolver em torno de duas mil pessoas. Trocas de experiências e capacitações eram compartilhadas nos bairros. Depois os cursos de capacitação foram concentrados em apenas um espaço.
Ela informa que depois de um longo processo o Movimento da Mulher Gaúcha se transformou em associação este ano, e que isso irá facilitar algumas iniciativas.
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