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Julgamento

Júri de mais de 14 horas poderá ser anulado

Luciano Madeira imagem ilustrativa - fireção ilustrativa -

Por volta das 1h50min da madrugada dessa quarta-feira, a juíza Naira Melkis Pereira Caminha leu a sentença de Tiago Rafael Leges Ferreira, de 26 anos, conhecido como Mochilão. Ele foi condenado a 21 anos e quatro meses de prisão em regime fechado por ter confessado que ordenou a morte de Rodrigo Saraiva Rodrigues (Sapatinho) e por corrupção de menores. Outros três também foram julgados. Joaquim Pedro Gomes do Amaral, 22 anos, foi condenado a 14 anos e oito meses por participação no homicídio e corrupção de menores. Ruhan Brum Silveira, 22 anos, foi condenado a 20 anos de prisão por envolvimento no assassinato e também por corrupção de menores. Além disso, foram condenados por tentativa de homicídio contra a companheira da vítima.

Tanise dos Santos Rodrigues, 27 anos, que era acusada de ter entregue as armas que foram usadas no crime, foi absolvida.

O advogado Hermes Alexandre Rockemback, que atuou na defesa de Mochilão, disse que a atuação dele no julgamento era mais fácil, porque o réu já tinha confessado que havia ordenado a morte de Sapatinho. "É óbvio que a defesa não vai vir aqui e pedir absolvição do meu cliente, senhores jurados. Condenem ele, já que é réu confesso. Mas, o que estamos pedindo é julgamento justo", afirmou o advogado.

Possível anulação

Os advogados de defesa de Ruhan Brum Silveira, Macega Marcial Lucas Guastucci e Bruna Feira falaram durante todo o julgamento que o processo era falho e que, no entender da defesa, a prova principal não contava nos autos do processo, que era a perícia balística. Segundo eles, sem esse laudo não há como afirmar que foram os tiros dado por Ruhan que mataram Sapatinho e, por esse motivo, irão ingressar no Tribunal de Justiça, em Porto Alegre, pedindo a anulação do júri.

Mochilão ataca a Draco

Mochilão, que responde a 50 processos, disse no depoimento que todos eles foram feitos pelo mesmo delegado em Bagé, porém, não disse o nome. "Eu respondo por 50 processos e todos eles feitos pelo mesmo delegado aqui em Bagé. Temos muitos policiais bons, mas também temos maus policiais. Eu já fui procurado por um advogado, a pedido de um policial da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), onde ele tentou me extorquir R$ 250 mil, mas eu não paguei", contou.

Posição do delegado

Procurado pela reportagem, o delegado titular da Draco, Cristiano Ritta, disse que isso é normal por parte do réu em tentar desqualificar o trabalho da polícia. "Eu não tenho a mínima ideia do que ele está falando e se ele tem prova que algum policial tentou extorquir, que apresente as provas. Ele não está em um presídio federal de graça", falou o delegado.

Presença de estudantes de Direito

Desde o início do julgamento, às 10h30min, um grande número de estudantes de Direito faziam fila na frente do Fórum para assistir a sessão plenária. Já no início da noite, alguns advogados também estiveram assistindo o julgamento.

"Tá frio"

Os agentes federais do Mato Grosso do Sul que fizeram a escolta de Mochilão em determinado momento pediram para que os aparelhos de ar condicionado do salão do júri fossem ligados, pois eles estavam com muito frio.


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