O final de semana na praça Silveira Martins foi dedicado para a produção do artesanato, com a primeira feira municipal focada no setor. Além da exposição, o espaço também foi oportuno para a comercialização dos produtos de aproximadamente 50 profissionais. O evento também representa o início de uma série de ações previstas pela prefeitura no que se refere à categoria. Inclusive, a partir de hoje, os artesãos utilizarão o Coreto Municipal.
Conforme o diretor municipal de Indústria, Comércio e Serviços, Vinícius Assumpção, a feira é resultado de reuniões com os artesãos, desde janeiro. Três entidades estiveram envolvidas com a causa: Cooperativa dos Artesãos, Associação Bageense de Artesãos e Associação dos Artesãos de Bagé. A perspectiva é de que o evento tenha novas edições ainda esse ano. “Nas próximas queremos disponibilizar tendas em vez de um único espaço para eles tenham sua estrutura ainda melhor”, salienta.
Segundo Assumpção, Bagé conta com cerca de 600 artesãos registrados. Entretanto, a estimativa é de que a cadeia produtiva tenha mais de mil profissionais, na Rainha da Fronteira. Uma das medidas que ele aponta para a valorização profissional é o Coreto Municipal. O local foi cedido pelo município às associações. “Cerca de 50 artesãos vão expor os produtos. As associações que vão escolher. Destaco que, em menos de 100 dias, fizemos ações em prol do arranjo local”, afirma.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Bayard Pereira, entende que o investimento no setor do artesanato proporcionará visibilidade para o município. “Temos produtos diferenciados, tanto que na última mostra artesanal do Rio Grande do Sul o primeiro e segundo lugar ficou com Bagé. Também queremos levar trabalhos para fora de Rainha da Fronteira, para feiras como a Expointer, em Esteio”, pontua.
Avaliação
Há 23 anos no ramo, o artesão Reni Spindola, 56, considerou “excelente” a iniciativa da promoção de uma feira custeada pelo município. Porém, no que tange ao espaço fixo destinado para a comercialização de produtos, ele alega que o ideal seria um prédio maior. “Serão 50 que vão expor. Os artesãos que não entrarem de início, vão ficar numa fila de espera. A localidade do Coreto é ótima, mas é pequena. Porém, foi o que conseguimos”, observa.
Os trabalhos estarão no Coreto a partir de hoje. Spindola informa que o atendimento será todos os dias, das 9h às 19h. A abertura no domingo ainda está em fase de análise. “Tudo vai depender da movimentação”, detalha.
Por sua vez, a artesã Enilda Solari, 73 anos, diz acreditar que a feira é uma forma de “abrir portas” para novas parcerias com a prefeitura. “Achei muito boa a iniciativa. Estamos ao ar livre e o custo é zero. Quando fizemos nossas feiras, sempre temos que colocar um bom dinheiro para nos instalarmos aqui na praça. Acho que ainda teremos coisas boas acontecendo”, opina.