
Nos últimos dias, a revista IstoÉ teve acesso com exclusividade a relatórios internos com base em documentos da Comissão da Anistia e mergulhou nas informações relativas aos processos indenizatórios milionários, onde maioria dos beneficiados são políticos do PT.
Na edição desta semana, a reportagem relata que dormita em algum escaninho perdido da República o processo de “Concessão de Aposentadoria Especial de Anistiado” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente preso numa sala-cela da Polícia Federal de Curitiba. De acordo com a publicação, a ação em exame pela Comissão Nacional de Anistia versa sobre um valor de aposentadoria de R$ 56,7 mil. “Não se sabe, porém, se Lula recebe uma pensão nesse valor ou se foi contemplado com esse montante de indenização em uma única vez. Na verdade, não se consegue saber nenhum detalhe a mais do processo – uma verdadeira caixa-preta. Tudo porque a Dataprev, que organiza as informações de pensões pagas pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), simplesmente informa que não consegue “gerar o arquivo” referente à aposentadoria de Lula”, diz a reportagem.
O processo envolvendo o petista está arquivado na Comissão de Anistia sob o número 2003 02 24764. Em 1980, Lula era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema. IstoÉ lembra que ele comandava as históricas greves do ABC, que ajudaram a abalar a ditadura militar nos seus estertores. Naquele ano, o sindicato que o petista presidia sofreu intervenção federal. E Lula teve seus direitos sindicais cassados no dia 24 de abril de 1980. Em 1993, o ex-presidente hoje preso foi declarado anistiado político.
A IstoÉ enfatiza que o mistério em torno da aposentadoria de anistiado do ex-presidente é apenas um dos vários pontos obscuros relativos a pagamentos de pensões e indenizações de caráter político a integrantes da cúpula petista.
A revista traz reportagem exclusiva com dados completos sobre os casos. Entre os indenizados estão José Dirceu, com R$ 66 mil de indenização; Lula, R$ 56 mil de pensão; José Jenoino, R$ 100 mil de indenização e Dilma Roussef, com 9,9 bilhões.