Coisas da política. O jornalista, escritor e filósofo Olavo de Carvalho, tido como uma cabeça pensante no movimento que levou Bolsonaro ao poder, concedeu entrevista que considerei importante para reproduzir, em parte, sua opinião. Ele foi cogitado para ocupar um ministério no governo que será empossado a partir de janeiro. Rejeitou. Mas sugeriu o nome para dois ministérios. E foi aceito pelo grupo do Jair. Ministérios ele não quis. No entanto, não fechou as portas para ser embaixador nos Estados Unidos, onde reside desde o final do século passado. “Aceitar a embaixada por um motivo muito simples. A coisa que o Brasil mais precisa é dinheiro. E onde está o dinheiro? Está aqui. Então, eu posso fazer algo útil para o Brasil. Vou lá e pego os US$ 267 bilhões que o Trump diz que tem para investir no Brasil. Mas isso não quer dizer que eu queira ser embaixador, nunca quis. Não quero mesmo. Acho um horror essa perspectiva. Seria um sacrifício. Se fosse, quero que seja temporário". Faz uma análise sobre direita e esquerda (que para ele existe), comparando as vantagens e desvantagens entre aproximação com os Estados Unidos e a China e pergunta: "O que você acha melhor se nós estamos numa posição de dependência? O melhor é depender dos Estados Unidos ou depender da China? A China é um país que tem uma prosperidade enorme em cinco cidades. O resto é uma miséria sem fim. É um país que não sustenta nem a si mesmo. Tudo que tem, ele gasta em armas. É o país que tem o maior exército de terra do mundo. Em segundo lugar, a China é obviamente um país imperialista. Vai ver a situação do Tibete. Você prefere ser vizinho dos Estados Unidos ou da China?". Cá com meus botões, fiquei a pensar (às vezes o faço!) a economia global exige negociarmos com qualquer país. Independente de posições políticas. Negócio é negócio. Agora, não deixa dúvida que, se tivermos que escolher entre um e outro, no momento é os Estados Unidos. Porém, e sempre tem um porém, sem descuidar dos demais países “compradores”. Há um provérbio árabe que diz: "Dinheiro não aceita desaforo”. Negócio não se joga fora. Concordam? Governo que não negocia sucumbe Ao terminar o primeiro turno da eleição, ao ser conhecido a renovação de 50% do Congresso, afirmei neste espaço: Quem ganhar terá que negociar para ter a maioria. De saída comecei a gostar das decisões tomadas com relação a diminuição da máquina pública. A devolução de três edifícios para abrigar ministérios, que consomem 85 milhões por anos, já me agradou (grande coisa!). O anúncio, que o novo governo iria suprimir 12 ministérios, me agradou mais ainda. Regulamentar o uso das aeronaves da FAB que consomem uma babilônia de dinheiro público, também agradou. Pois bem, a um mês de assumir o cargo, a equipe de Bolsonaro já está pensando em terminar apenas, com sete ministérios. Baixará de 29 para 22. É claro, à medida que o governo negocia com os políticos, vai sentindo a necessidade de distribuir alguns cargos para os novos aliados. Bueno, aí cai por terra tudo aquilo que foi prometido na campanha política. E que, se diga de passagem, foi a base para a vitória maiúscula de Jair Bolsonaro. Tomara que pare por aí mesmo. Mas já não estou tão “satisfeito” como no início, logo após a eleição. Estão começando a caminhar pela mesma “estrada” dos governos anteriores, cujo resultado estamos sentindo na carne. A política de “favores” começa a rodear o novo governo. Como tudo na vida temos que esperar. Certo? STF tem que julgar e não legislar Essa declaração foi prestada pela deputada federal eleita, em Brasília, Bia Kicis, em palestra no Sindilegis, que faz críticas ao poder Judiciário ao afirmar: “O povo renovou o Executivo, o Legislativo, mas não o Judiciário. O Supremo Tribunal Federal tem de parar de atravessar a Praça dos Três Poderes para legislar. Esse papel é do Legislativo”. Ela como ex-procuradora sabe o que está dizendo. Mas, sempre tem um mas: Quando o Legislativo não legisla o Judiciário faz o seu papel. Ela terá um trabalho danado para evitar que os projetos, muitos deles importante, “sejam engavetados” pela Câmara ou Senado. Assim como, muitas vezes, o são pelo Judiciário. Com a “morte” da corrupção, tenho esperança que a situação do povo irá melhorar. Concordam ou não?