Ninguém pode negar que o novo presidente é acostumado com polêmica. Durante seus mandatos de deputado, sempre provocava com suas declarações, a reação de adversários políticos. Nunca se negou a dar sua opinião, algumas “estapafúrdias”, que provocava a ira dos adversários. Contudo, não se intimidava. Ao contrário, dava a impressão que o que mais gostava era provocar o sentimento de raiva. Mas não se diga que não tinha o direito de expressar sua opinião. Em democracia ninguém é cerceado de opinar. Você pode concordar ou não. Pelo visto, a maioria dos eleitores concordou com suas opiniões, tanto é que o elegeram. Após eleito, segue na mesma linha de opiniões. Há quem critique afirmando que “ele agora é o presidente da República”. Isso quer dizer que ele deveria diminuir suas opiniões pessoais. Eu penso que, se assim proceder, será taxado de demagogo. Expressões tais como: “viram, ele está mudado”. De saída, ele deu continuidade ao “combate” que desenvolveu, durante a criação da medida provisória que criou o projeto Mais Médicos. Agora, provocou a reação imediata de Cuba. Quando alguns pensavam que os problemas surgiriam com a retirada dos médicos cubanos, ele anuncia que quase a totalidade das vagas já foram preenchidas por médicos brasileiros. Isso me leva a uma conclusão, também rápida: ele já havia negociado com a classe médica brasileira que o tranquilizou quanto à participação dos médicos na próxima etapa. Cuba, que também sabia o que iria acontecer, tentou deixar o novo presidente “sem pai e sem mãe”, retirando imediatamente seus profissionais. Até aqui é uma parte da história.
AGORA A PROVOCAÇÃO É CONTRA A OAB
Em almoço, na Escola de Educação Física do Exército, ele, de novo, esclareceu o que pensa. Contrariou, inclusive, seu ministro Mandetta, que defende o revalida com mais periodicidade para os médicos brasileiros. Afirmou: "eu sou contra, porque vai desaguar na mesma situação que acontece com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Nós não podemos formar jovens no Brasil, em cinco anos, nos casos de bacharéis em Direito e depois submetê-los a ser advogados de luxo em escritórios de advocacia. Advogados de luxo não. Boys de luxo em escritórios de advocacia”. Pronto, abriu outro campo de reação, agora com a OAB. O que aconteceu quase que imediatamente. Em nota oficial, Cláudio Lamachia, assim se manifestou: "o Exame de Ordem é um importante meio para aferir a qualidade do ensino do Direito e que as provas também são aplicadas em países como Estados Unidos, Japão e Europa. O objetivo do exame é preservar a sociedade de profissionais que não detenham conhecimento suficiente para garantir o resguardo de direitos fundamentais, como a liberdade, a honra e o patrimônio das pessoas”. Bolsonaro, não só venceu as instituições que defendem a classe médica como está provocando o debate contra o revalida dos advogados. Ora bolas, a classe médica se dobrou porque de uma hora para outra, não só deixou de criticar o projeto Mais Médicos, como se aliou a ele. Sai ganhando o presidente que continua falando o que pensa. Pelo visto, essa será a tônica durante seu mandato. Pode ser um mandato difícil? Pode.
TEMER SANCIONA O AUMENTO DO JUDICIÁRIO
Ele esperou até o último momento para tomar a decisão. Sua esperança, em primeiro momento, frustrada pelo silêncio do novo presidente, era a sua indicação para uma embaixada. Foi noticiado pela imprensa que poderia ser a da Itália. Caso fosse confirmado, ele vetaria o aumento do Judiciário. Ao sancionar, não quer dizer que ele não tenha na manga “alguma carta escondida”. O objetivo dele e de todos os políticos envolvidos em denúncias, é não perder o foro privilegiado. Ele, ao passar à presidência de República, se torna um cidadão comum. Ele e todos que não foram reeleitos. No STF e no STJ, ele tem muitos componentes que estão inseridos e devem “obrigação” a determinados políticos que os “apadrinharam”. Muita coisa pode acontecer. Entre elas, a revogação da prisão em segunda instância. Só não aconteceu porque a presidente Cármen Lúcia, se negou em pautá-la. Agora, o presidente é Toffoli. Como isso pode beneficiar ao próprio Lula, não duvido que aconteça. Certo?